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Humor-->Descartabilidade -- 14/04/2004 - 14:07 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A nossa vontade nem sempre faz jus à realidade da vida.
O camelo que trabalha ao lado de uma loja 1,99 vende os mesmos artigos por 0,99. Ele não paga aluguel, impostos, água, luz......A qualidade do produto de um e de outro nem vem ao caso (porque no preço deste produto nem cabe a palavra qualidade. Cabe “descartabilidade”). Sendo assim, eu compraria o mais barato, e você certamente também.
Mas tenho me questionado se vale a pena economizar esse “realzinho”. Questiono-me porque não considero justa a perda de negócios de uma loja, com endereço fixo, pagante de impostos( estou supondo), etc para um camelo que misteriosamente parou e montou sua barraca para vender os mesmos produtos a preço menor.
E como hoje tudo é PREÇO, independente de qualidade de atendimento, conforto, variedade de mercadorias, etc, o camelô leva a melhor.
Leva e fica com o melhor: a grana. enquanto que a loja fica com o pior: o estoque parado, sem grana para pagar a mercadoria, funcionários, aluguel, e impostos( estou supondo que pague).
O camelô tem no máximo um ajudante, que ele nem paga, porque geralmente é a esposa com quem vive junto. Tem alguma outra taxa, mas irrisória se comparada àquelas que as lojas pagam.
O camelo tem dois metros quadrados para expor suas mercadorias, enquanto que a loja tem dois metros para expor cada tipo de produto 1,99.
Mas existe um treco chamado giro de mercadoria: quanto mais rápido girar( vender), mais grana pra comprar mercadoria nova. O camelo nem sabe o que é giro( só o giro da vida). Mas ele espertamente dispõe cada dia novidades. E quem veio, volta no dia seguinte pra conferir- e comprar, por 0,99- o que estiver ali. Na loja, a mesma mercadoria pode ficar dias. Sendo assim, que interesse terei eu e você em voltar todo dia num lugar que é sempre igual? E se não vende, não tem grana pra comprar novidade pra por no local.
O lojista gostaria de ter novidade todo dia.Mas ele já tem tanta despesa, que não vai se endividar mais ainda comprando mercadoria nova se a velha nem foi vendida.
O fato é que essa concorrência desleal, estressante e estreita-tão estreita que impede a passagem de pedestres, empurra-nos para cima das barracas, enquanto que o lojista sobe pelas paredes e tem vontade de empurrar para fora aqueles que viram e reviram suas prateleiras e terminam comprando na barraca do camelo de rua.
Tudo nos leva a visitar o camelo e por ali ficar: o preço, a logística das ruas, as novidades em 0,99.
O lojista morre de vontade de fazê-los sentir sua auto-estima valer 0,99, sujeita a DESCARTABILIDADE, tanto que os prejudica.Mas fica só na vontade.
Fato é que os lojistas, sensíveis à difícil realidade do mundo aí fora, acabam trazendo o camelo pra dentro de suas lojas, na medida em que oferecem as suas próprias roupas usadas, as da filha, da esposa, etc. De tão estreita a passagem e a concorrência, o normal é estreitar a relação também: conhecer a historia de cada um deles, o porque vieram parar nas ruas, permitem o uso de seu banheiro e de seu cafezinho, que ele suadamente conta os centavos para coar para seus clientes. Clientes esses que entram, cordialmente cumprimentam, servem-se do café e tomam juntamente com o camelô da rua. Com quem além de um bom papo, acabam fazendo negócio.
Apelo ao camelô: venda o que quiser, mas procure distanciar sua barraca da loja concorrente. Não esqueça que você e sua barraca são moveis. E as lojas, infelizmente imóveis. Ou felizmente. Senão estaria todo mundo ferrado, disputando um espaço que não existe.

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