Queria não saber tantas coisas!

 

E, às vezes, muitas coisas eu careço saber!

 

Coisas distantes,

efêmeras,

dispares,

egocêntricas,

levianas e

até lenitivas!...

todas se me aconchegam no estreito espaço do nascimento e

espremendo as letras desconformes saem desconexas no desabafo da noite barulhenta!

 

A lua insone,

as estrelas ofuscando o brilho do reflexo do rio e do mar,

pessoas tateando o solo no rumo do exasperado encontro com o mundo,

a solidão habitando cada indivíduo na proporção das suas individualidades,

mas todos os contos e pontos mensuram a vida que passa sem nos dar a conta imediata para o pagamento do tempo perdido e à mercê do espetáculo que lá fora persiste!

 

Insisto não aprender muito nesta exatidão quase absoluta,

pois aqui dentro do meu ínfimo mundo posso sentir tantos mundos jazendo pela pequenez do que julgam saber!

 

Vou apreender o susto do pássaro que tentava flanar sem rumo...

não posso perder as minhas asas a despeito delas estarem hibernadas desde tempo imemoriais!

 

Quero apenas saber, entre tantas coisas amoráveis, se você cogitou pensar em mim!

 

©Balsa Melo

19.01.09

Paraíba

Brasil