FUNDO DO POÇO
Venho do fundo poço,
Com um olho fechado e outro aberto.
Venho da maldade e da bondade, do sim e do não.
Venho cuspido do vulcão, sem socorro, sem lágrimas, um vivo-morto entre lavas de chamas ardentes.
Venho do medo de morrer e da coragem de viver.
Sou um ser que sei viver na escuridão e na luz.
Sorrio, sorrio, sorrio muito; finjo; dou gargalhada; choro; arranho céus; vou além da fé;
abalo-me ao ver crianças abandonadas pelas ruas; condeno-me por não tomar uma decisão arrojada; ardo-me de calor ao ver a humanidade se destruindo com tanta ganância.
Sou uma estrela cataclísmica que trilha pela dor em busca da felicidade.
Sou visionário, místico, moderado e extravagante; sou a cor que o sol se apresentar durante o dia.
Sou poeta, sou filósofo, sou psiquiatra, sou da vida.
Sou para o que der e vier...
Apresento-me sem medo de viver e com uma grande coragem de lutar.
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