Eu caía sim na gandaia! Dançava feito louca, bebia sem pensar, varava a noite, me perdia e vinha a me encontrar assistindo ao amanhecer conversando filosofias, abraçando amigos que seriam inesquecíveis para sempre, não me lembro quem...
Eu então, nem era, ou nem mesmo me lembro de mim.
Hoje prefiro a alegria à gandaia. Prefiro os poucos amigos próximos aos inúmeros passageiros. Prefiro a bebida moderada, só pra relaxar um pouco, prá brindar, pra compartilhar e cuido de mim como quem cuida de algo raro e delicado, me gosto e me presenteio como a quem merece mimos e, como não encontrei ainda quem cuide de mim como me sinto merecedora, cuido-me eu.
Porém ainda gosto (e como gosto!) de dançar, de rodopiar e de me entregar a paixões que realmente valham a pena e sejam correspondidas. Hoje, da gandaia resta-me a paixão que esta sim, merece ser bem vivida. Que se acabe, mas que me leve para a gandaia do amor, da entrega, do calor de tudo, do envolvimento completo. Que se transforme no amor para sempre apaixonado, aquele que não me canso de procurar, ou que morra em seguida, mas que tenha sido vivida intensamente nem que eu a sofra profundamente e que meu corpo e minha mente sejam tomados por uma ressaca total.
Que venha a gandaia. Depois dela, de um jeito ou de outro, eu cuido de mim.
Tita
15/12/2008
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