A eterna busca nos impulsiona a estarmos constantemente nos enganando, acreditando na existência de uma Alma Gêmea para todas, com direito a rosas, café na cama e presentinhos em datas especiais, e melhor ainda se for sem data especial. Um após o outro, nossos desvarios trazem ensinamentos difíceis de serem modificados, mas não há como não incorrer em novos enganos, necessários, porém tão marcantes.
Pego-me às vezes a rir das minhas tolices. Um mundo de encantos é impregnado em nossas fantasias de criança. Crescemos e a fantasia permanece, não se vai com o Papai Noel e o Coelho da Páscoa. Nestas, os pais assumem o papel principal, mas quem irá assumir o lugar do príncipe? Não há vaga em aberto, continuamos a ocupá-la com os lendários exemplos de perfeição e sensibilidade, que sabem a hora exata de entrar em cena. A não ser que um candidato à altura apareça, a busca se perpetua ao longo dos anos.
Aos poucos, por força de circunstância maior, começamos a aceitar que sapos não viram príncipes após o beijo ou que príncipes também vem com defeito. Mas o lugar dele, do legítimo, estará sempre ocupado por todos os perfeitos das histórias e que foram injustamente subjugados aos nomes de suas princesas. O príncipe da “Branca de Neve” tinha um beijo medicinal, já “Rapunzel” encontrou um príncipe prático, “Cinderela” teve aos seus pés um príncipe pra lá de otimista, encontrar sua amada através de um pequeno sapato de cristal, a “Bela Adormecida” começou bem, ele a acordou com um beijo gostoso e sem se importar com o fato de que ela estava dormindo já há algum tempo.
Enfim, como não querer um príncipe pra mim...?
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