“Esta areia, vista de longe, parece ser um material contínuo, mas de perto é formada de grãos, sendo um material descontínuo. Assim ocorre com todos os materiais do Universo” Leucipo
“As máquinas de fazer nada não estão quebradas
Nem todas as respostas cabem num adulto” – Arnaldo Antunes
O cerne da questão é o que há dentro das coisas...
Leucipo e Demócrito, mestre e discípulo na Antiguidade:
-“Muitos vêem e não enxergam, use os Olhos da Mente!”
=”Tudo que existe no universo é fruto do acaso e da necessidade!”
Eis o Átomo, o acaso permanente!
Prótons,
Nêutrons!
Elétrons!
W e Z!
Glúons!
Bóson de Higgs!....A partícula de Deus?
Deus acaso joga dados?
Talvez jogue xadrez!
Cada um no seu quadrado.....
O x fugiu da regra de três!...
Fótons com meu retrato passeiam pelo parque de diversões eletrônicas,
A massa de meu coração é transpassada por lanças de neutrinos!
Numa miríade de imagens catatônicas
Busco a página correta dum incerto livro sibilino!
Presos num cone dois raios de Zeus se chocam!
A maior máquina do mundo...
Circuitos que assombros nos incrédulos provocam!
Tudo o que queremos saber é o que há no fundo
Intrínseco da matéria!
Eis, nossa ignorância e nossa miséria!
É como quebrar um coco de tucumã
E descobrir que dentro tem a primeira noite!
A lenda da Cobra Grande se pós-moderniza
No Grande Colisor de Hádrons! LHC!
Assim, na certeza duma nova manhã,
Rompendo dos quarks seus açoites,
O vazio se opaliza
Numa rápida sucessão de quadros! Veja você!
A certeza do princípio, o Big Bang!
E eu que sou ímpio, como meu sangue,
Busco a fórmula precisa e a razão
Que una a mente ao coração!
Depois do Grande Colisor,
Não saberemos tudo,
Antes, muito pelo contrário,
Saberemos apenas o divisor,
A incógnita que começa o ludo,
O que há no bolso do paletó guardado no armário!
A grande viagem é para dentro!
Até chegar ao centro!
Sabermos do que somos feitos,
Que enfim a Matéria é o barro ou o pó!
Descobrirmos qual foi o defeito
Que nos levou a ficarmos nos sentindo tão sós!
Atlas sustentando o mundo,
Alice viajando no país das maravilhas,
Compactanto múons num espectômetro está Cronos!
O Belo Grande Colisor de Hádrons!
A maior máquina do mundo,
É como uma ilha...
É como um sonho sem sono!
E o que há dentro de nós,
É pouco mais que uns laços tênues e torcidos numa casca de noz!