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cronicas-->RETAS, RODEIOS, PONTES E MUROS -- 02/11/2000 - 22:07 (Fatima Dannemann) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
RETAS, RODEIOS, PONTES E MUROS


Fatima Dannemann


Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, porque fazer rodeios? Em vez de simplesmente andar na horizontal, vertical ou diagonal, tem gente que circula em intermináveis espirais... Acaba por se perder no caminho. Quer dizer o que sente, mas mente. É o velho caso do Não ficou feio, não. Maneira de sair pela tangente quando o correto seria ir diretamente ao centro do alvo e dizer: eu não gostei. Claro, desagradar aos outros é ferir a si mesmo. Melhor apelar para meias verdades em nome de uma paz aparente.
E nesses rodeios, nessas curvas que apenas tangenciam mas não marca um alvo concreto, levantam-se muros em vez de construir pontes. Pontes em retas, melhor maneira de ligar margens opostas. Portais se fecham e cada um se isola em suas torres de vidro onde ninguém joga pedra, mas também não oferece flores. Muros altos. Nenhum sinal de pontes ou portas. Cada um que se tranque. Cada qual que se isole em suas ilhas particulares. Quem quiser que faça curvas de retórica ao tentar dialogar com quem estiver perto.
Muros, pontes, retas, curvas, portas. Jeitos de chegar, unir, partir, separar. Pessoas já nem saem nas ruas. Pivetes, tränisto, sinaleiras, uma ameaça em cada esquina. Como se fossem dragões a espreitar donzelas.. Na Internet, um pedido de socorro chega angustiado na sala de chat onde todo mundo é lindo, amigo, compadre, irmão. Alguns sáo malditos. O virtual imita a vida. E aquela que seria uma ponte, acaba sendo um muro. Paira a sombra da dúvida em cada mensagem, cada nick reflete, não um ser, mas um personagem.
O caminho reto vira um zig-zag bêbado e cego. Uma espiral que dá voltas, voltas e voltas e não chega a um consenso. Das torres de vidro, um ser amargurado vê a vida presa no ontem, pensando no amanhã. Para ele, o hoje é um inferno interminável onde a existência é um fardo tão pesado que ninguem consegue segurar.
Há sombras onde devia haver luz. Meias verdades, onde a certeza deveria imperar. Risos falsos encobrem medos verddeiros. A caminhada que deveria ser reta derrapa nas curvas. Abismos, subidas íngremes, topos inalcansáveis. Vai e vem. Tudo isso faz, do que seria uma reta plana e lisa, uma aventura de rally. Ora assusta, ora emociona. E nessas mirabolàncias perde-se o contato com o que devria ser apenas normal, reto e simples.
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