Lembrei-me daquele dia em que você andava de um lado para o outro na sala
da minha casa. Percorrendo sempre o mesmo caminho.
Eu olhava do sofá. Escutando as coisas que você, sem parar de andar,
me contava.
Naquele momento eu soube como seria difícil sentar no sofá e não
ver você ali, andando de um lado para o outro.
Enquanto você falava me dei conta de que nossos pequenos momentos preenchiam tanto os espaços da minha morada interior que me apavorei ante
a possibilidade dos vazios que poderiam surgir sem a tua presença.
Foi então que insensata e inconseqüentemente, me deixei levar por esse sentimento.
Aos poucos foi o medo que começou a tomar todos os espaços que a você pertenciam.
E foi o prenúncio da tua falta que tomou conta de tudo naquele instante,causando-me uma dor tão grande, tão profunda e tão forte que daquele momento em diante comecei a fugir.