Naqueles dias vadios tomávamos vinho no café da manhã.
Após conversar pela noite quase inteira, dormíamos um pouco e ao acordar, tomávamos vinho.
Um torpor me invadia e era como se eu não pertencesse à vida real.
Desejei muitas vezes que a hora de ir embora não chegasse enquanto, em meio aos goles de vinho, escutava sua voz bonita e minha risada misturando-se no ar.
Sem preocupações, sem futuro,
só nos dois ali sozinhos, nos entregando ao momento.
Muitos desses momentos ficarão gravados para sempre na minha memória de lembranças, como um brinde da vida que me presenteava com a possibilidade de sair do ar por um dia ou dois, vividos intensamente.
Que dádiva ter vivido o leve torpor do vinho desfrutando da sua companhia alegre e agradável naqueles dias fora do mundo.
Tita 15/11/2004.
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