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Poesias-->CASULO -- 23/10/2007 - 18:51 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sozinho, pensando na vida, recordando fatos.

Então a constatação: passara a vida toda a empilhar sentimentos.

Um após o outro, esmagando o outro, pesando sobre o outro.

Desde a mais tenra infância, especializara-se em empilhá-los meticulosa e simetricamente.

Andava com cuidado pelo mundo, com medo de derrubá-los.

Agora, estava muito difícil carregar o fardo. A cada passo, o medo de perder tudo.

Havia de fazer algo com esta pilha. Mas ao longo dos anos não conseguira chegar à conclusão do que fazer.

Talvez conseguisse trazer o mundo da sensibilidade para o mundo da realidade.

Talvez trazer para sua vida uma celebração, deixando que a pilha se esparramasse pelo chão?

Conseguiria assim fazer aparecer o sentimento que trouxesse em si mesmo o conteúdo perfeito?

E se ao esparramar a pilha os sentimentos se perdessem, escorregassem, não parassem em canto algum? Se fossem redondos como bolas?

Como saber que formato teriam?

Perigoso. Ficar sem a pilha e sem sentimento algum seria catastrófico, tão acostumado estava a carregá-los.

Decidiu delicadamente colocar a pilha no chão de areia, mas sem largá-la por completo. Amarrou firmemente todos os sentimentos com um cordão de cipó, que achou perdido na praia. Sentou-se sobre ela. E ali ficou, mais um a pesar na pilha interminável.

Passaram-se dias, passaram-se meses, passaram-se anos. O tempo foi formando um escudo à sua volta. Como um casulo.

Lá dentro, protegido de sua própria pilha, continuou a ensimesmar-se, concentrado, recolhido, ponderando sobre o que fazer com o que havia acumulado pela vida inteira.



Tita Ancona Lopez



16/11/2006

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