Usina de Letras
Usina de Letras
17 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50669)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->IMPACIENCIA -- 14/04/2008 - 20:21 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ficava impaciente quando o dia amanhecia.

Como se a claridade inspirasse urgências.

Como se a calma não combinasse com a luz do dia.

E assim, com o coração disparado, atirava-se à atividade,

em uma sucessão interminável de ações.

No fim do dia cochilava, não sem um certo temor da falta de responsabilidade por descansar.

Somente à noite conseguia o descanso merecido.

Porém, quando na madrugada a premência da manhã se aproximava,

o sono se recheava da lista mental de afazeres.

Um dia ficou doente e não fez o que deveria ter feito.

A doença se estendeu por dias, semanas, mais de um mês.

Quando voltou aos afazeres costumeiros percebeu que sua falta em nada modificara os acontecimentos.

Deprimiu-se ante a constatação da inutilidade de sua aflição,

sofrimento que a nada levava.

Desanimado, não encontrava mais o animo a que se acostumara.

O dia a dia perdeu o sentido. Constatava a cada ação, a inutilidade do que havia acabado de fazer.

Quando decidia ficar na cama o dia inteiro era chamado de irresponsável. Quando trabalhava de nada valia.

Quase enlouqueceu.

Até que passou a olhar para o céu e notou as estrelas; para o chão e notou as flores; para a água e notou as marés; para a frente e viu as montanhas; caminhou e sentiu o sol; apurou os ouvidos e escutou a musica de todas as coisas.

Cantou. Sorriu e achou graça no que o rodeava.

Riu.

E riu mais e mais. Porque desde então a inutilidade se foi e apenas o presente passou a fazer sentido.



06/7/2007

Tita

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui