Meus Deus! Meu Deus!
Meu dia está mesmo ficando curto
E meu tempo comprimido.
Quanto mais eu te amo,
Mais me consumo neste Amor,
Mais eu quero te amar.
E se você desse um jeito
De plantar amor assim
Em teu peito?
E se acharmos um caminho
De satisfazermos nossos anseios?
Te quero como a abelha
Quer das flores o néctar,
Como o macaco,
O cacho de banana.
Como o urso,
Os potes de mel.
Como o animal de estimação
Seu tratador.
Como o nenê
Sugar o peito da mãe.
Como a criança,
Só quer, dela, o colo.
E receia ser desmamada.
Pra tal, só se iludida.
Depois da desilusão
Amargamente chorará
Em copioso pranto.
O caudal do meu rio
Só em teu mar
Quer desaguar.
Teu bondoso rio
Em meu Amar
Quererá desaguar
Num só oceano?
Pra nossos Amores
Se extravazarem
Num derrame
Que ao continente banhe
E a terras inunde?
Pra mudar nosso cotidiano
Em permanentes
Luas-de-méis,
Sem excesso de sal?
Meu vinho champanhe
Em tua taça de cristal
Quer espoucar,
Nos inebriar e
Ao paraíso das estrelas
Nos levitar,
Nos transfigurar,
Nos e-ks-tasiar,
Nos ex-tasiando
Num puro êx-tase.
Procurando os des-maios
Dos orgas-mos.
Pequenas mortes,
Pra poder renascer
E bem reviver,
E reflorirem
E refrutificarem.
Meu Deus é aquele
Do aparente improvável,
Do fiat de Maria,
Da gravidez de Sara
E das maravilhas
Dos milagres realizar.
Minha Religião é a do Amor,
Que é Meus Deus,
Filho deste que sou,
Daquela sou Apóstolo
Contra os incréus.
Esta é minha escolhida sina.
Creio na Esperança a afirmar.
Descreio da Dúvida a negar
Que algum sonho se realizará.
Pois, essas quimeras do Amor
São sementes dos Céus
Em nossos peitos, divinas.
Pra prósperas, vingarem
E não pra vinagrarem.
---Gabriel da Fonseca.
---Às Minhas Amigas, Kurita Kanibal em PR; 280607; 885.
Gabriel da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 12/06/2008
Código do texto: T1031284
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