Quero um ósculo
Quero um ósculo de domingo
Não como o de sábado que me fez gemer
Nem o de segunda que não me fez crer
que a vida é cor-de-rosa,
preta ou carmim
Quero um ósculo diferente
em termos de doçura
que me deixe encanto
que me seque o pranto
do derramar dos infurtivos dias
Quero um ósculo de elfos,
gnomos ou coisa assim
que me deixe leve, a flutuar nos ares,
que me navegue em diferentes mares
e explique pro mundo a palavra sim
Não quero o de terça, nem o de quarta-feira
Não quero nenhum que só me fez tormento
que disse que a vida é um só lamento
não transmigrou paz, nem sol, nem lua cheia,
nem doces momentos de um transformar
O de sexta-feira, foi um desespero
Quero um desigual, que não lembre quinta,
que não lembre nada, que esqueça tudo,
que faça descanso, tanja no meu canto,
que lembre domingo, sempre dia santo
Eu quero um ósculo.
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
(in Papiro Eletrônico 06/02/2000 - Blocos on line
http://www.blocosonline.com.br/literatura/mixagem/pe/papiro.htm
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