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Cartas-->Carta ao Prof. Saraiva, da UnB -- 22/09/2003 - 15:23 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Prof. Flavio José Saraiva

Assessoria de Assuntos Internacionais da UnB
Entrevista ao Jornal da Comunidade - Brasilia
14 de setembro, 2003

“A Tragédia Americana, dois anos depois”

O colega Flavio, além de ser um cavalheiro, goza de sólida formação acadêmica. Por isso mesmo estranhou-me o tom, mais que o conteúdo, de sua entrevista. Por mais que atente, não encontro ali senão as costumeiras platitudes antiamericanas, do mais simplista viés. O leitor espera, e merece, mais consideração. Que “a invasão do Iraque foi um gesto ilegal, ilegítimo e covarde”, ou que “nessa lógica do vale tudo, o Iraque é apenas um pretexto”, e que a política americana “atua na sociedade internacional por meio da promoção da desordem e da intranqüilidade” parecem-me sentenças categóricas mais apropriadas a um militante político do que a um cientista sem interesse em jogar para a platéia.

Saraiva sabe que a coisa não é tão óbvia:

O terrorismo não se iniciou nem se limitou ao 11 de setembro. Ali deu-se apenas a gota d’água. O petróleo, claro, é decisivo, mas não só para os USA. O controle mundial deste pelo magnífico Sadam (que era este seu projeto) teria sido melhor para nós?

Um cientista político entende que não está falando para anjos no céu. Quem não tem seus interesses? O Vaticano?

A China tomou o Tibet na marra. A ex-URSS usava tanques em Budapest, em Praga, em Berlim. O velho barbudo do Caribe ainda usa o paredón. Quem dá bolas para a ONU ou opinião pública mundial? Aquele quase exultante profetizar de que “será mais um Vietnam” já foi reprisado demais. Não cola. Pergunte para uma mulher afegã se tem saudades dos Talibãs. Ou pergunte aos Kurdos e Xiitas se querem o retorno dos Iundais. Parece que as coisas estão bem melhores por lá, ainda que não perfeitas. Os marines só não largam aquele abacaxi para depois não serem acusados de retirada prematura, enquanto os nativos entre si não se entenderam.

Sim, tem havido intervenções do Império. Algumas até desastradas. Interesses estratégicos? Alguém já viu algum lugar que não fosse designado como estratégico? Africanos pedem tropas americanas para conter tribos rivais. Palestinos e Judeus, apesar de tudo, ainda recorrem ao arbítrio americano. Haveria outro disponível? Depois de muito sangue, bósnios e sérvios aceitaram uma PAX Americana, os quais relutaram muito antes de atender aos rogos europeus, que não queriam meter as mãos no imbróglio.

E não foi com belos argumentos que apaziguaram a região, mas com bombas e mísseis. Um cientista político deve partir de certos princípios Universais: Toda coletividade tem seus interesses. Interesses que eventualmente se chocam com o de outros. Quem esta ameaçado fisicamente reage fisicamente. Na grande maioria dos casos, a complexidade dos motivos envolvidos não aconselha o emprego de juízos de valor por parte de observadores.

A sociedade americana hoje se percebe ameaçada pelo terrorismo. Uma ameaça difusa, onipresente, essa sim ilegal, ilegítima e covarde. Suas liberdades legais e culturais revelaram-se permeáveis aos conspiradores e fanáticos.

Fazer o quê?

Nelson Lehmann
14 Setembro 2003"


Obs.: Nelson Lehmann é professor apostentado da UnB e secretário executivo do Instituto Liberal de Brasília. Publicou o livro "Religião Civil do Estado Moderno", Editora Thesaurus, Brasília, 1985, que mereceu destaque no principal livro de Olavo de Carvalho, "O Jardim das Aflições". (F.M.)






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