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Artigos-->Você já almoçou hoje? -- 06/11/2002 - 14:11 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O doutor em Geografia Demétrio Magnoli afirmou que no Brasil não há pessoas que passam fome; há, sim, subnutridos. Isso ele disse em crítica ao programa Fome Zero de Lula. É mais ou menos o seguinte o que quis dizer o respeitável geógrafo: “Olha, quem come muito, mais ou menos 2.500 calorias por dia, obviamente só sente fome quando o organismo já digeriu todo o alimento, transformando-o em nutrientes para manter a saúde dos comilões. No caso dos que comem pouco, ou quase nada, em média menos de 200 calorias diariamente, eles não são famintos o tempo todo, porque quando ingerem determinada porção de alimento, momentaneamente diminui sua sensação de fome.”



Esses que comem pouco, quase nada, são, segundo a genial conclusão de Demétrio, subnutridos, não famintos.



Bem, vamos às contestações.



Se uma pessoa precisa de 2.500 calorias diárias para ser saudável, e no Brasil milhões não atingem esse nível, muitos ficando sem consumir dez por cento desse total, então essas pessoas, são no mínimo, debilitadas organicamente, doentes mesmo, uma vez que o alimento necessário à manutenção da saúde lhes é extremamente precário.



E já que estamos falando em saúde, a afirmação do doutor Magnoli é tão absurda quanto dizer que um doente, precisando de determinada quantidade de remédio diário para aliviar dores terríveis, por não dispor de dinheiro para comprar o remédio na quantidade prescrita, tomando-o em doses muito menores para dispor dele por mais dias, não é doente, mas um sub-saudável.



Se o remédio está para o alivio da dor como o alimento para o alívio da fome, desculpe-me o doutor Demétrio, mas parece puro cinismo de quem pode dispor facilmente das coisas afirmar que uma quantidade mínima de alimento não caracteriza um estado permanente de fome. Ora, se para saciar a fome eu preciso de um bom prato de comida, apenas um pedaço de pão é suficiente para a fome desaparecer? Dê-se morfina em dose menor do que a necessária para aliviar as terríveis dores de um câncer e depois se diga ao doente: “Você não sente dor...apenas experimenta um estado de sub-alívio”!



Por serem base de uma opinião que pressupõe a ingestão diária de alimentos, é óbvio que as análises do dr. Demétrio não incluem os brasileiros que moram sob as pontes, os mendigos, os hippies, os “loucos”, os desempregados que enchem as ruas em “bicos” diversos, já que a respeito destes definitivamente não resta dúvida sobre se passam ou não fome diariamente.



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