Sou Eu,
a dona das mãos duras,
com calos e ranhuras,
depois da vida,
sem ternuras...
Sou Eu, que arrebito o dia,
viro a mesa,
cheia de energia,
toda subtileza,
crio odisseias
e orgias,
com mãos assim:
dilaceradas e frias!
Sou Eu...
pétalas ao vento,
mesmo com a chuva
de Abril!
Sou Eu,
alvorada menina,
cuidando de ti Amor,
ainda que me faças chorar,
pelos calos que tenho,
medalhas de empenho,
em spam de acariciar...
Sou Eu,
a Senhora poderosa,
que se desfaz no teu beijo,
néctar de rosa:
a nossa singular prosa!
Elvira:) |