Nesta longa noite, a lua já vai alta,
Mas o sono, recalcitrante, me não chega,
Minha própria alma, a repousar se nega,
Solitário e triste, sinto a tua falta.
Toda a saudade que meu coração carrega,
Como, do pensar, me fornecesse a pauta,
Insiste sempre, qual u`a criança peralta,
Em acompanhar-me, aos meus apelos cega.
Como, então, há de escrever este poeta,
Sem a presença fundamental da sua musa,
A dar-lhe a inspiração de que necessita?
Ao certo, tem como tema essa desdita,
Que lhe torna a poesia meio confusa,
Pela ausência da amada, que o completa.
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