Como muitos brasileiros, também não morro de amores pela Rede Globo, seja por seu histórico papel de suporte da ditadura militar seja por sua vocação pefelista, ou seja, sempre fazendo de tudo para estar de bem com o poder para dele se beneficiar.
Curiosamente, os petistas (espero não ter sido eu a única exceção), sempre atentos e críticos ao fato de a emissora dos Marinho favorecer as teses governistas, aparentemente nada de estranho viram na exclusividade que Lula deu à Globo, causando ciúmes nas concorrentes.
Poderiam argumentar os que nada de mal perceberam no episódio que Lula é o presidente eleito e tem todo o direito de falar á Nação pelo canal de TV que mais audiência tem. É como no caso da publicidade oficial, quando os governantes sempre escolhem os veículos de comunicação de maior alcance. Quanto a isso, há um desafio e um problema que ensejam preocupações.
O grande desafio surgido a partir da exclusividade global é descobrirmos por que Lula, nos primeiros instantes de presidente eleito, deu preferência a um antigo inimigo que sempre lutou contra essa possibilidade, numa ação que contraria aquela lógica segundo a qual quem não tem como vencer um inimigo deve se juntar a ele.
E o grandiosíssimo problema é que a fatura a ser cobrada pela Rede Globo pode custar caro ao partido e ao presidente, algo como torná-lo refém da emissora e de seus interesses, em troca dos famosos arranjos de notícias favoráveis ao Governo. Tal hipótese mesma tem que ser desde já condenada pelo PT, sob o risco de tornar verdadeiro o dito segundo o qual o poder corrompe.
As outras emissoras esperam que Lula não torne real esse pensamento, eis que ainda é cedo...
