**Dorme Saudade**
Saudade aqui tranqüila repousa
No peito olhando a longa distância
Da palavra que apagou sobre a lousa
Do olhar que não fitou com constância
Da caminhada entre a selva perdida
Dos passos indecisos rumo incerto
Da devoção que o coração fez guarida
Não falou rejeitou sucumbiu de certo
Do abraço que não abriu os braços
Da palavra que se fez desventura
Na discrição encobriu-se sem laços
Do coração que não ditou a ventura
Saudade da mão que indecisa trava
Dos sonhos que voaram sem lavra
Na procura de um não sei onde está
Aonde em qual lugar encontrar
Fica aqui comigo saudade pertinente
Já sou de ti uma escrava permanente
Oras jogo-te no porão com veemência
Outras o coração aflito pede clemência
Sogueira |