Usina de Letras
Usina de Letras
178 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62150 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140784)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->MINHA ALMA MATUTA FOI GERADA NAS ENTRANHAS DO VENTRE DO SERT -- 11/12/2018 - 18:53 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Nas quebradas da serra eu me criei

A caçar juriti, fogo-pagou

Pequenina menor do que o grou,

Sabiá, carcará, urubu-rei.

Muita água nas costas carreguei

Depois de puxar de um cacimbão.

Para encher, pote tina e camburão

E fazer uma longa caminhada

Minha alma matuta foi gerada

Nas entranhas do ventre do sertão.



Passei minha infância em Pacoti

Depois fui morar em Baturité

Plantei milho, feijão também café.

De visgo peguei até bem-te-vi

Sanhaçu, azulão e colibri

Fiz farinha no Sítio Buração

Montei forjo, arapuca e alçapão

Nadei em rio em grande enxurrada

Minha alma matuta foi gerada

Nas entranhas do ventre do sertão



Plantei muita latada de chuchu

Andei em lombo de jumento brabo

Apanhei de chicote que só o diabo

Por brigar e insultar com o Bambu

Morador da Oiticica do Babu

No vizinho ia ver televisão

Lá em casa a luz era de lampião.

Só adulto bebi água gelada

Minha alma matuta foi gerada

Nas entranhas do ventre do sertão



Pesquei peixe de anzol e landuá

Camarão, muçum, piaba até traíra

Que trazíamos em uma embira

Minha mãe fazia de pão aluá

Quando não havia coca, guaraná.

A comida cozida no carvão

Carne seca, farinha com feijão,

Omelete, antiga malassada.

Minha alma matuta foi gerada

Nas entranhas do ventre do sertão



Viajei nos conhecidos pau de arara

Alpargatas de solo por calçado

Vesti calça com fundo remendado

Em roçado fiz fogo em coivara

Plantei cana pra açúcar demerara.

Nas quadrilhas dancei bom baião,

No País não havia tanto ladrão

Moda não era usar calça rasgada

Minha alma matuta foi gerada

Nas entranhas do ventre do sertão



Fortaleza, dezembro/2018

Mote: Valdir Teles e João Paraibano

Glosa: Henrique César Pinheiro


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 27Exibido 211 vezesFale com o autor