INDÚSTRIA CULTURAL I
-Coelho De Moraes-
maestro
Cumprimento a todos.
Com a abertura desse espaço na MococaOnLine, desenvolveremos ensaios semanais, crônicos e ululantes, tecendo comentários e sugestões, idéias e caminhos sobre o amplo tema da Indústria Cultural.
Críticas e debates serão bem vindos e darão a tônica da matéria.
Sabemos que é comum se esperar dos representantes políticos da cidade que eles tragam “indústrias”, o que sempre tem o significado de abertura de novos empregos, fazendo a cidade crescer. Há outros que só sossegam depois de construir seu prédiozinho, para demonstrar que a cidade cresce a olhos vistos. No entanto, Mococa, não terá essa “indústria-máquina-cimento-prédio” pois fica mais barato – muito mais barato – atravessar a divisa e montá-la nas Minas Gerais, na cidade irmã de Arceburgo. Lá o imposto é mais barato. Para lá irão todas, inclusive as nossas. Basta que esperemos. Podem tirar a vaquinha da chuva. Com as indústrias irão as famílias.
No entanto, para manterem suas candidaturas em boa posição de vencer, o político promete tudo, mesmo sem saber do que fala. A população, no entanto, entenderá que, uma vez eleito, a pessoa não se torna automaticamente sábia ou que imediatamente ganha visão e perspectivas. Nessas coisas de impostos e “indústrias” tudo muda se for possível a mudança das leis que os regem.
Por isso, quem quiser “indústria” para ter emprego, terá que montar a sua própria ou mudar de cidade.
Aqui, deveremos apostar em outras formas de “indústria”.
Mas, as cidades têm alternativas. Aí entra o olho arguto do governante.
Mococa, por exemplo, tem o turismo, tem o esporte, tem a cultura. Os mais espertos perceberão os valores da agroindústria. Mas, se quisermos procurar meios ecologicamente viáveis e altamente educacionais, teremos que escolher a vertente da Cultura. Essa última será o tema constante de nossas conversas pois, a meu ver, ela engloba as outras, de forma harmônica e construtiva.
A Cultura trata dos costumes, manifestações, civilização, inter-comportamento, mas, também, trata de artes, manifestação do intelecto e da sensibilidade humana, numa abordagem que pode ser coletiva ou individual. Ainda podemos usar dois grupos para pensar a Cultura: um Grupo Antropológico – o modo de vida da sociedade; um Grupo Artístico – os produtos inventados, desenvolvidos e construídos por essa sociedade, em seus vários campos. Uma linguagem.
No primeiro grupo é lícito dizer quer todos temos cultura e julgamos as outras em função da nossa. E, mesmo a nossa, com suas variantes.
No segundo podemos dizer que há indivíduos e grupos que criam e obedecem uma linguagem de símbolos e relações que querem criticar, explicar ou apenas mostrar, expor, com uma outra linguagem, os anseios e vislumbres do primeiro grupo.
Sabemos ou devemos saber que Cultura não é evento, não é show e nem tem que divertir, necessariamente o público. A tônica da Cultura também é a preservação da espécie, aprimorando o ser humano, refinando suas tendências, aspirações e esforços.
Negar a Cultura e impedir suas manifestações é ser violentamente criminoso.
Propor e executar regras e leis que incentivem as produções humanas é obrigação de qualquer mandatário, de qualquer cargo.
Como tudo isso vira Indústria Cultural é o que veremos daqui em diante.
Dessa forma convido você, interessado em produção cultural a nos acompanhar, semana a semana, na jornada sem comodismos onde imperam criatividade e fazer cultural e, se quiserem, o bom debate. Ou bom combate.
Boa semana!
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