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Artigos-->CULTURA POLUI? -- 26/10/2002 - 23:21 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


CULTURA POLUI?

-Coelho De Moraes-



A prática de ignorar ou fingir-se de morto é mato seco em Mococa.

Quantos pobres ignaros desconhecem que um artista criador deve ser pago pelo alto valor de suas horas de trabalho? Principalmente, as de ócio criativo? Um artista à disposição já deve ser pago.. A presença do artista já faz a diferença.

Há os que não ignoram isso e fazem todo o esforço para que a sua cidade tenha cultura real, em tempo real. Cultura Crônica e Contemporânea.

Exemplos: Em 96 foi posta em prática no governo Naufel (Vera Sandoval e Paladini), a Escola Municipal de Música -legal desde 82. Depois, desacionada pelo governante seguinte. Crédito a quem merece.

Em 97 fundou-se a Escola Municipal de Artes Dramáticas e Musicais de Arceburgo. Com essa Escola surgiram os Coros Adultos e Infanto-Juvenil e, surgiu, o GRADA, premiado cinco vezes em Varginha, em Festival de Teatro. Essas duas escolas foram desativadas por questões da política local. Crédito a quem merece. O GRADA permanece.

O Coro da Cidade de Mococa existe desde 81 – gestão Lu Amato – e completa, em 2002, os seus 21 anos de idade. Tornou-se Associação em 1999. Em Outubro de 97 surgia, também, o grupo de Teatro que veio a ser o TPM – Teatro Popular de Mococa, e, no mesmo ano, a Indústria do Vídeo e o Procenium – versados na produção de curtas e médias metragens para escoar, pela internet e festivais e mostras do planeta, o que se produz em Mococa. Esses grupos artísticos vivem de seus próprio recursos. Entre 97 e 98 o Kuarteto Mokoka, saiu em turnê brasileira, sendo primeira página em vários jornais de estados visitados – do Arroio ao Chuí, digamos assim. Em 2000 montou-se 500, Um musical, com apoiadores: pequenos empresários. No entanto, em 2001, graças ao apoio da SARGEL, O GRADA revitalizou-se e produziu duas peças teatrais: COMPUTA, COMPUTADOR, COMPUTA (do Millôr Fernandez), e O TARADO (de Woody Allen), que estrearam no Oscar Villares; O TARADO ainda participou da SUM em julho e foi ao festival de BH em setembro. Graças a esse apoio ainda se produziu o CD Natal na Capela Maria Imaculada. Esse apoio se deu a um projeto do GRADA datado de 1997, sobre um projeto KINDER-SARGEL. Parabéns a todos!

Quanto custa montar uma peça? E duas peças? E produzir CDs? E produzir composições, arranjos, horas e horas de ensaios, e, por fim gravar CDs? E quanto custa copiar os CDs gravados? E a capa do CD? Nada custa? E que falar do equipamento para tudo isso? Virão eles direto do céu?

O dinheiro cultural é para ser gasto nessas coisas e para se pagar os profissionais que dirigem esses grupos. Deu para entender, agora?

Além disso: E os figurinos? E os cenários? E a iluminação? E os CDs? Gravam-se, os CDs, por si sós? E as centenas de cópias xerox de peças? E a maquiagem? E os jornais, os ingressos, incluindo diagramação, fotografia e arte? E o transporte: Como se leva 40 pessoas para Belo Horizonte? Como se faz para 40 alunos-atores terem cópia do texto? Como se produz u’a Mostra de Vídeo sem comprar fita magnética, ou sem máquina de filmar, ou sem iluminação, ou sem locação ou sem ensaios, sem televisão? E o teatro de Rua? E o Coro cantando nas Igrejas? Tudo é sem custo?

Na verdade, esses grupos vivem com o problema crônico da falta de sede. Vivem com o problema da falta de transporte. Vivem com o problema da falta de mídia. Mas, eu sei, isso é problema nosso. Sempre foi.

O fato é que se qualquer um dos componentes-artistas desses grupos deixasse de cantar ou atuar, tudo já estaria acabado. O que há, nessas áreas, é iniciativa deles, dando-lhes corpo e energia. Essas manifestações da cultura são necessárias e obrigatórias. Mas esses artistas não ficam atrás da mídia, nem atrás de plaquinhas e diplomas de beneméritos. Esse pessoal vai atrás é de se plantar um canal de discussão da cultura, ou do estabelecimento da Indústria de Cultura, ou da sua propaganda. E, é claro, da profissão.

Quando aparecem na mídia aparecem sozinhos, sem papagaio de pirata pegando carona na foto. O artista tem luz própria.

Acho que é isso o que enfurece certos beneméritos. Não querem ser patrocinadores só porque as bolsas de estudo financiam o profissional que dará aula para 40 jovens estudantes. O que querem é aparecer na foto!

No ano de 2001, Braz Machado gravou o longa “Amor, poder que transforma” de forte apelo didático contra as drogas. Sem apoio algum, a não ser dos jovens e determinados artistas que mantiveram a chama acesa. Cadê o apoiador cultural? Quem ver o filme, que está em algumas locadoras de Mococa, lerá o crédito dos apoiadores na tela. São os pequenos empresários e gente da comunidade. O apoiador cultural ganha o crédito estampado na capa do livro, na capa do CD, na abertura do filme ou do vídeo... na capa do jornal...

Nesse ano de 2002 apareceu o GAP - Graças ao Palco e, em vias de trabalho, o Grupo de Teatro do Colégio Maria Imaculada, grande apoio do Colégio (grupos de Teatro com interesse nas montagens infanto-juvenis). Algumas Escolas já receberam a Mostra AUTO DA BARCA DO INFERNO, e receberão uma cópia da obra gravada em Mococa pelos artistas do TPM. Em Agosto o pessoal da CIPA da Sabesp recebeu o TPM para uma apresentação e, é claro, além do calor amistoso da recepção, forneceram um cachê para o grupo que se transformará em veículo de crescimento do artista (ver peça, oficina e leitura – em fim, a construção do artista, que não é coisa barata).

Para nós tudo é sempre começo.

2003 está aí e preparamos a nossa agenda contando com quem ajuda e com quem atrapalha. Vale a questão: O Teatro estará aberto em 2003?

Eu sei é que, através de nós, a arte continuará.

O mundo está aí mesmo. Bem na nossa frente.





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