Não sei dizer de ti o que perturba
A hora fresca da noite que me cerca.
Quero cuidar-te, mas não posso.
Quero cercar-te
Mas não é do meu feitio.
Cercas-me tu com teu amor
Que não desiste,
Feito as marés
- de lua.
Ai que o infante
Não passa da soleira,
E vão-se as horas da vida,
Vêm-lhe as cãs,
Mas pobrezinho
Desse amor que tenho,
- eu não o tenho
Nem o largo,
Nem pelejo.
Deixo-me às horas.
Vou sorvendo as coisas pequenas,
Saboreando os momentos cheios
E até duvido que tu sejas a criança,
sou eu decerto - sou eu infante,
Sou eu guerreira.
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