Em "Código de Honra" (School Ties), com um elenco de astros (Brendan Fraser, Matt Damon, Ben Affleck e Chris O Donnell) sob a direção de Robert Mandel, há um momento impagável: a cena do baile.
Jovens alunos de uma escola tradicional para rapazes adentram o salão para conhecer as jovens alunas de uma escola tradicional para moçoilas.
O salão logo é tomado pelas mais diversas tentativas de transformar aquela ocasião social festiva num vistoso mela-cuecas ou calcinhas, sob a estrita vigilância dos guardiães da castidade daquela juventude em flor.
Um casal é devidamente separado, por uma guardiã mui ciosa de seus deveres cristãos, com a seguinte formulação:
"Não se esqueçam nunca de deixar um espaço para o Espírito Santo."
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Tenho especial predileção pelas opiniões impressas nas contracapas das fitas em VHS e nos DVDs. Sobre "Código de Honra", Susan Granger, da American Movie Classics (AMC), arrisca tudo:
"É como Toque de Recolher e Sociedade dos Poetas Mortos , mas é melhor! Marcante e rigoroso, um filme nota 10."
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Já na capa, a frase parece aplicar-se ao "povo brasileiro" neste momento histórico:
"Ele conseguiu entrar,
mas continuou excluído."
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Numa outra cena, o diretor do colégio surpreende o jovem judeu David Greene (Brendan Fraser), que se vê obrigado a camuflar sua filiação religiosa, na capela do colégio (católico), fazendo as orações pela passagem do Ano Novo judaico. O diálogo é ríspido, com o diretor lançando mão de ironias perversas e Greene não abrindo mão do seu direito de resposder à altura.
O diretor: "[...] bem-aventurados os mansos, deles será o Reino dos Céus."
Greene: "Eu gostaria de saber se eles continuariam assim depois de tê-lo conquistado."
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Sobre Ricardinho e o São Paulo, uma frase do vice-diretor de futebol do Corinthians, Roque Citadini:
"Para lá o dinheiro levou o seu corpo. A alma ficou por aqui." [Tomei a liberdade de burilar a frase citada pelo Folha, 13/01/04.]