Todos que gostam de arte e se interessam por sua história bem sabem quanto trabalho teve Miguel Ângelo para pintar a capela sistina. Resolveu esse gênio do renascimento pintar episódios bíblicos e dentre esses um me fascina, e creio que a todos em todos os tempos: o momento em que Deus estica Seu dedo indicador na direção de Adão, que por sua vez, também com o indicador, toca o Dedo de Deus, recebendo vida naquele momento de extrema beleza e contrição.
Aquela cena simboliza o momento em que Deus criou Adão, o primeiro dos homens. Ao estender seu dedo na direção do Criador, Adão reconhecia sua total gratidão Àquele que o criara, sendo-Lhe fiel por todo o resto de sua existência.
Evoco essa emocionante cena, contextualizado-a no momento político que vivemos para expressar minha esperança num eventual governo liderado por Lula, um homem sem um dedo, o mindinho que perdeu na labuta diária, honesta e digna, como torneiro mecânico.
Dos quatro dedos que lhe restaram na mão esquerda, Lula deve, à semelhança de Adão, esticar o indicador, solicitando que Deus lhe dê condições de ser um grande presidente para todos os brasileiros. Que, como Adão, ele reconheça que é incapaz de, sozinho, governar uma grande Nação, como o Brasil, e peça ajuda de Deus.
Certamente Deus estará atento para o dedo de Lula; não ao que lhe falta, mas ao que lhe restou...
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