Caro senhor George W. Bush, Presidente do mundo. Embora não aceites esse título, em verdade o exerces, e com muita propriedade. Há muito tempo, desde o tratado de Breton Woods,em 1944, quando o FMI foi criado, e o dólar substituiu o ouro como moeda padrão de referência, numa jogada de mestres de seus economistas,a área de influência do cargo de presidente dos Estados Unidos, extrapolou as fronteiras de seu país e foi se estendendo por todos os quadrantes do globo, numa onda avassaladora e dominante. O mais intrigante é constatar que desde então, o desenvolvimento norte-americano coincide com a decadência do resto do mundo, salvo poucas exceções. Muitas coisas boas o seu país já nos deu, como grandes inventores, boa música, e desenvolvimento tecnológico.
Por outro lado, também muito lixo cultural, vindo dos States, contaminou as mentes e deixou legados nada dignificantes, como Rambos e exterminadores variados. Nem sempre os seus heróis são dignos de nosso louvor. Pela sua desenvoltura e rompância, sinto que John Wayne é o seu herói preferido. Nada em sua pessoa é natural. Até o seu andar é carregado de um estilo marrento, pronto a resolver tudo com um ultimato. Temo pelas conseqüências que a sua visão de governo possa causar ao resto do mundo, sim ao resto do mundo, pois a cada discurso seu, ou de um assessor, algo de ruim acontece em algum canto do planeta, mas isso é irrelevante para sua pessoa, já que o que importa é manter vivo o Sonho americano. Esse não pode deixar de estar vivo, mesmo que signifique o flagelo de seus “inimigos” e aliados também.
O seu país está numa posição muito confortável, pois não existe mais o antagonismo e a ameaça da União Soviética, que caiu no “Conto do Vigário” do capitalismo e da Globalização, que ditada por vocês, já levaram vários países à bancarrota. O mundo agora está desestabilizado. Só há uma superpotência: vocês. E é aí que mora o perigo. De nossos pretensos “protetores”, vocês passaram a nossos reais opressores. Se quisermos viver “bem”, temos de concordar em gênero, número e grau com as suas diretrizes, e pararmos com essas idéias “ridículas” de querer formar “bloquinhos” econômicos como o Mercosul, Alalc e qualquer outra denominação, que possa fazer frente, e atrapalhar o rolo compressor americano. Devemos abrir as portas à Globalização, e deixar nossas empresas serem engolidas pelas poderosos “Trusts” e “Holdings” de seu país.
Os Estados Unidos chegaram a uma sofisticação tal, que hoje em dia é possível atacar qualquer país que esteja na lista do “Eixo do mal”,invenção sua, sem precisar se quer, ir até lá. Basta posicionar uma daquelas colossais máquinas de guerra, os Porta-aviões, a milhares de quilômetros de distância do alvo, e começar a lançar seus Tomahawks , e similares, ou que seus aviões supersônicos invisíveis sobrevoem os céus inimigos, quase na estratosfera, e deixem cair aquela chuva de bombas devastadoras . Depois que o inimigo já estiver bastante combalido, aí então as forças especiais invadem o território já devastado, e enfrentam o que restou dos então debilitados opositores. Depois, é só distribuir medalhas aos heróis de guerra e gastar fortunas em propaganda nacionalista, e filmes hollywoodianos Nunca os símbolos nacionais foram tão valorizados e exacerbados em sua terra, como o são agora.
A “propaganda” nazista de goebbels é peça amadora, frente à pujança do patriotismo americano. Mesmo direito não tiveram os japoneses, que poderiam também ter elevados à categoria de heróis todas aquelas pessoas inocentes exterminadas com o lançamento da bomba atômica, em Hiroshima, por vocês, com a guerra praticamente já ganha. Acho mesmo que Sua Ex. deveria agradecer a Bin Laden por ter legitimado o seu mandato, que até o dia do atentado, estava sendo posto sob suspeição, em virtude das irregularidades verificadas. Não fosse aquele atentado, talvez o seu destino tivesse sido outro, bem menos favorecedor. Como diz o velho ditado: “Há males que vêm para o bem” e depois de 11 de setembro, o senhor se transformou num superpresidente, com direito a meter o bedelho em qualquer canto do mundo, violentando soberanias, tratados e acordos diversos.
Um de seus secretários declarou orgulhosamente que nunca houve na história da humanidade, uma nação com tanto poder. Parabéns, o senhor é capaz de destruir o mundo mais de cem vezes, se necessário for, porém fato lamentável é a sua incapacidade em liderar a promoção do extermínio da miséria e a fome no terceiro mundo. Esta declaração mostra claramente, que o resto do mundo deve a vocês cega obediência e alinhamento incondicional, sob o risco de ser tachado de membro do “Eixo do mal”.
Será que não passa pela cabeça do senhor que, se cada país pudesse ter o seu desenvolvimento sustentado, livre de barreiras protecionistas, em uma concorrência perfeita, seria bem melhor para todos, pois dessa forma menos pessoas sairiam de seus países para tentar a vida na América?
Será que já não está na hora de olhar para o resto do mundo com mais respeito, fraternidade e amor ao próximo?
Falo com a autoridade de quem vive num país onde é possível ter-se uma amostra de tudo o que o mundo oferece, desde a sofisticação dos grandes condomínios americanos até as mais degradantes e humilhantes condições de moradias, o que, aliás, representa uma grande parcela da população de meu país. Poderíamos encher vários paises da Europa com nossos miseráveis.
Presidente Bush desça de seu cavalo, pendure o coldre, abandone esse andar e esse tom ameaçador, indiferente, e vista a túnica branca da paz. Pare de tentar agradar o papai Bush, tentando fazer o que ele não conseguiu. Todos sabemos que o seu interesse maior são as imensas reservas petrolíferas iraquianas, fora de seu alcançe no momento.
Use o seu poder para promover a paz no mundo, mas sim uma paz duradoura e auto-sustentada. Dessa forma a sua liderança será mais bem aceita e não mas contestada.
Promova o entendimento entre os árabes e os israelenses, que é o epicentro ou o cerne de toda esta discórdia mundial. Essa sim, seria a sua maior vitória no campo da diplomacia mundial.
Ajude os países do terceiro mundo a soerguerem suas combalidas economias, sem deixá-los mutilados e reféns do FMI. Deixe a ONU trabalhar com mais autonomia, sem ingerências e pressões políticas e todo mundo testemunhará um período de muita paz e prosperidade.
Já que és o “Presidente do mundo”, deverias ter mais apreço pelo bem estar da humanidade e não somente pelos cidadãos americanos.
É publico e notório que o presidente americano é um agente dos mega-empresários de seus país, sem o apoio dos quais, não se sustentaria no cargo, vide o exemplo de Jimmy Carter que tentou negociar a paz e respeito aos direitos humanos nos países em conflito e por isso não conseguiu a reeleição. Presidente americano bom é aquele guerreiro, ou cow-boy, que faz jogo de cena para as câmeras e faz cada cidadão americano se sentir um super-homem e o resto da humanidade um bando de miseráveis
Temo pelo futuro da humanidade, enquanto a maior nação de todos os tempo entregar o seu comando à uma pessoa sem o devido preparo, que pensa que uma guerra mundial é uma brincadeira de vídeo–game, onde basta posicionar o cursor sobre o alvo recalcitrante , apertar o botão e "BUUMM!!!", a paz foi alcançada.
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