Hiroshima
Octávio Caúmo serrano
Qual tatuagens nas paredes incrustadas,
Corpos humanos se fundiram no concreto.
Era u’a mãe grudada ao filho, avó ao neto,
Quando voavam as pessoas, desintegradas.
Partia-se a grávida e com ela ia o seu feto,
Naquele dia, entre as piores madrugadas.
Esvoaçavam as cabeças, decepadas,
Que de humanas já não tinham mais aspecto.
Aquela arma destruidora escrevia
Uma das páginas mais tristes. Nesse dia,
Junto com a bomba era o ódio que grassava.
Enquanto a guerra se servia da ciência,
Tudo explorava, exibindo prepotência,
O animal, que habita em nós, se revelava.
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