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Cronicas-->Filha da noite -- 15/08/2004 - 23:33 (Rosario Câmara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Filha da noite

Sou assim: estúpida, amável, risonha, chata, irritante, atraente, severa e ridícula. Muitas vezes me chamam de palhaça, digo que vou entrar prum circo, e fica assim mesmo. Me chamo Fátima. Fátima Aurora da Silva, muito prazer. Não perguntem a minha idade, sou de todas as idades, sou de todas as faces.

Vivo em Italiana, cidadezinha no interior do interior, nada muito interessante. Frio que dói na alma, mas quando aparece a neblina, parece que a Deusa tocou a todos, e nessa noite, ela protegerá todos aqueles que tem medo.

Eu tenho medo, só não me pergunte de quê. Sinceramente, eu não sei. É um aperto que dá no coração, que envolve a razão e você acaba sem saber o que fazer, ou como agir, ou ainda como reagir, e fica irritada, maltratada e vai minando pouco a pouco a amizade com possíveis aliados. Medo, afinal de contas, é bom ou ruim? Ou você age, ou você não age, o medo paralisa, o medo estimula. Não sei, eu apenas sinto medo. Medo de quê, eu não sei. Ou talvez, saiba e não queira admitir. Talvez seja medo de mim.

As pessoas que convivem comigo andam muito aperriadas, se irritam fácil e respondem com a menor delicadeza possível. A humanidade não sabe mais o que é amar, respeitar. Os pais cresceram ouvindo que os pais têm razão, e esquecem que na época deles de infància eles tinham razão, muitas vezes, mais ainda do que os pais. Mas quem liga?? É o eterno dilema pais e filhos. Os pais por terem vivido mais, por serem mais velhos sabem mais(Sério?!! Tenho lá minhas dúvidas!) . Me desculpem, os especialistas, mas desde quando idade quer dizer alguma coisa? Desde nunca.

A sociedade em si busca sempre passar por cima do outro, os amigos se matam, quando não concordam briga, e não tem acordo que chegue. Se for em negócios tudo bem, mas precisamos entrar em um acordo, né? Mas um dia se chega... Vou dar um exemplo prático, trabalho numa loja de roupas. Trabalho não, sou uma das donas. Tenho mais três amigas, a Manu, a Flavinha e a Betty. Pois, bem eu e Betty, somos as melhores amigas, nos divertimos muito juntas. A Manu é gente fina tem senso de direção, mas a Flavinha, além de reclamar muito e fazer pouco, empatou e tanto nossos negócios há uns dias atrás. Foi desse jeito: Precisávamos de uma decoração pro dia dos namorados, e na hora de decidir, cores e babados e como vai ficar cada coisinha... Mó confusão... As únicas que batiam de gosto era eu e a Betty (claro!). A Manu, em alguns lances em outros não, só que dona Flavinha, resolveu fazer birra e nada combinava, era sempre "Eu só acho que poderia ficar melhor.", resultado foi um final de semana e mais meia semana pra se resolver isso, e acabou ficando tudo muito simples, não aquele simples chique, mas aquele simples aguado sem charme e cor, isso porque ninguém mais aguentava discutir tranqueira nenhuma. E tirando outros pormenores, que não vem muito ao caso. No fim todo mundo concordou pra ninguém matar ninguém. Solução pacífica?? Nem tanto, ficam sequelas e aquela desconfiança de sabotagem. Bem, digamos que foi uma solução de emergência. Brigamos por tudo e brigamos por nada. Nós gostamos de uma boa briga, só isso.

Estou perdida. Totalmente perdida, não sei pra onde ir, não sei o que fazer, não sei a quem matar, porque a vontade que às vezes tenho é de dar muita porrada nas cabeças de uns sujeitos. Primeiro, porque homem é tudo fresco, umas das conclusões que cheguei. Segundo, eles nunca sabem de nada e aja paciência... Poderia falar e falar aqui, mas seria gastar muita vela com defunto morto. Homem ultimamente não presta nem pra matar barata, pode deixar que eu mesma mato, meu querido. Muito mais rápido, por sinal. Homem só sabe beber, assistir futebol e reclamar da comida, e o infeliz inda não meche nem um palitinho pra ajudar a coitada que se mata pra ajuda-lo a andar. Mas tudo bem, um dia tem o troco. E sorte minha, agradeço a Grande Mãe, que o meu não faz isso, só tem umas frescuras meio chatinhas de implicar com meus amigos, mas creio que isso ta mudando, também se não mudar, me mudo eu.

Estou cansada dessas histórias, de ter que tá brigando pra me impor. Estou farta de chorar, não gosto de chorar, prefiro sorrir e sinto falta disso. Gostaria de ficar surda pra não ouvir os gritos. Gostaria de não enxergar, pra não ver o que eu vejo.Eu quero um colo, preciso de um colo. Preciso de um carinho apenas essa noite... É só o que peço, apenas essa noite. Pra que eu possa descansar e novamente, voltar a reinar e a tudo concertar, sei defender meu castelo, mas um rei cansado não serve de nada, pois suas faculdades mentais estão desgastadas.
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