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Contos-->MUNDO COLORIDO -- 06/10/2006 - 18:06 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No início era o Nada e depois Tudo começou a ser criado. E todos se falavam e todos se compreendiam... Não se sabe bem como, mas as pessoas, os animais, as flores e todas as coisas, não tinham dificuldades em se entender.
A pouco e pouco, porém, sem se dar por isso, durante milhões de anos, tudo se foi transformando. Até os homens começaram a desentender-se. Em épocas mais recentes, aquelas de que há memória, procurou-se uma língua comum e falou-se em Esperanto, mas a ideia não vingou. Adoptaram-se certas línguas como linguagem universal, mas elas significavam sempre a hegemonia de certos povos ou a superioridade de umas nações sobre as outras.
Bastou o espaço de uma geração, para termos assistido quase ao abandono do francês, à adopção do inglês e à previsão do uso generalizado de outras línguas, como por exemplo o russo ou o chinês, num futuro mais ou menos próximo.
Mas deixemo-nos de divagar e recuemos os milhões de anos necessários para nos reencontrarmos no momento em que o Mundo se encontrava ainda em processo de criação.

Tudo era a preto e branco e triste, triste demais, rotineiro e monótono. Havia uma paleta de apenas duas cores, do branco até ao negro, passando apesar de tudo por várias e repousantes tonalidades do cinzento.
Um dia, Deus lembrou-se de convocar todas as outras cores para uma reunião em que se tentaria acabar com aquele estado de coisas. Compareceram sete cores que se sentaram ao redor do Criador. Este convidou todas elas a explicarem, em poucas palavras, o que poderiam fazer para colorir e, portanto, para melhorar o Mundo.
A primeira a usar da palavra foi a cor Vermelha:
- Eu poderei ser a cor do amor, do romance e da paixão, para além de ser a mais indicada para colorir o sangue que corre nas veias de todos os seres do reino animal.
Seguiram-se sugestões de todas as outras cores. A cor Laranja, para além de reivindicar a cor da maioria das frutas, lembrou que representaria bem o pôr-do-sol. O Amarelo disse ser a cor da felicidade e a mais adequada para o astro-rei.
O Verde declarou:
- Eu representarei bem a natureza, as árvores, os campos e os bosques. Poderei ser também, ao longo dos tempos, a cor da esperança para todos os homens!
Deus ouvia atentamente e de tudo tomava notas. Seguiu-se a cor Azul:
- Eu poderei ser a cor mais adequada para o céu claro e para água de todos os lagos, rios e mares que cobrem a Terra.
Duas cores hesitavam em falar, talvez por serem as menos conhecidas, mas a um sinal de Deus, foram dizendo:
- Eu, Anilado, serei a cor mais propícia para as noites e para os sonhos, para tudo aquilo que «vemos» quando estamos de olhos cerrados, seja a dormir ou acordados.
A última cor, o Roxo, disse quase a medo:
- Eu gostaria de ser a cor da paz, das profundezas do mar e dos raios do amanhecer de cada dia.
Deus falou então:
- Anotei tudo o que me disseram e pareceu-me ouvir ideias bem interessantes. Vou reflectir e depois vos darei conta das minhas decisões.

Passados dias, semanas ou meses... (Como o poderemos saber, decorridos tantos milhões de anos, se na época não existiam nem calendários nem relógios...), Deus convocou de novo as cores para as informar do que tinha decidido:
- Estudei as vossas sugestões e quase todas me agradaram. O Mundo não poderá ser mais como até aqui, só a preto e branco, mas também não poderá ser de uma só cor ou só de sete cores. Vamos precisar de vocês todas e cada uma de vós terá de gerar milhares de tonalidades. A prática determinará o que irá acontecer mas, para já, algumas medidas já tomei. Doravante, o sangue será vermelho e laranja será o pôr-do-sol. As árvores e os bosques serão verdes e o sol amarelo. O céu será azul e a água, se bem que não tenha cor, reflectirá os vários tons do firmamento.
Ide agora e comecem a colorir o Mundo. Depois de tudo terminado, aparecerá um arco no céu com as vossas cores, para que nunca sejam esquecidas. Determinei que se chamasse arco-íris. Haverá sempre um, depois de chover, quando os raios do sol incidirem sobre as nuvens.

E o Mundo foi-se tornando no que é hoje. Conta a lenda que o primeiro homem a ver o arco-íris foi Noé depois do Dilúvio. Teria sido o sinal da reconciliação de Deus com Noé. Daí, ele ser conhecido igualmente como o arco-da-aliança. Nunca se saberá, porém, onde acaba a realidade e começa a ficção. Uma coisa ficámos a saber: «Para ver o arco-íris, temos de tolerar a chuva!».



NB – 1º Prémio no IX Concurso Literário Algarve - Brasil / 2006 – Clube da Simpatia - Olhão
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