Quem dera...
A imensidão atraca tua solitária quimera...
Sobejam olores, faz-se um perfil esguio,
E resvalo etéreo no lustre solar fugidio.
Os devaneios de luz soçobram a clausura,
Revoadas de anjos carregam uma coroa...
Dizem que sou rei, do céu a divina criatura,
O lindo coral que nos teus ouvidos reboa.
Quem dera...
Sou a única meta daquela tua longa espera...
Aquela mensagem que quiseste amiúde ouvir
No âmago do arroubo quando a dor se delir.
Lépidas, leves, intrépidas palavras de amor
Bracejam no compasso do Alfa e do Ômega...
Na trilha sideral do espaço parto para repor
No teu coração a pulsação da estrela Vega.
Quem dera...
© Jean-Pierre Barakat, 09.02.2001 |