No dia seis de outubro o programa Globo Esporte apresentou um clip sobre eleições, abordando o mundo do futebol. Toda vez que vejo a Globo falando em ética sinto um negócio estranho no estômago.
Depois de 1989, com todo o apoio que deram ao Collor, falar em ética é no mínimo curioso. E quem não se lembra das histórias de arrastão, para desmoralizar o governo de Brizola?
Claro, se o leitor acredita nelles, problema pessoal. Basta olhar a história recente, com o pequeno empréstimo do BNDES, às vésperas da campanha eleitoral. É coisa suficiente para erguer qualquer serra e transformá-lo em montanha.
Curioso, é que Garotinho quase acabou com as pretensões serranas. Ou seria serrarianas?
Mas o programa falava em respeito, por exemplo, que se um time fosse rebaixado(mostrou imagem do goleiro do Flamengo), deveria ficar na segunda divisão. Quando o Fluminense virou a mesa eles ficaram quietos, tinham contrato com a CBF.
Falaram em ódio(mostraram um jogador do Grêmio entrando de carrinho nas pernas de um jogador do Palmeiras) - esqueceram do Santo Romário batendo no pobre zagueiro Andrei do Fluminense há quinze dias, e foram desfilando outras imagens.
Será que os torcedores do Flamengo aceitariam o rebaixamento? É que o editor de esportes da Globo deve ter bronca do rubro-negro, se não mostraria o Fluminense. E a agressão? A primeira leva de imagens contra o Grêmio foi em 1995, com cenas especiais do volante Dinho fazendo faltas, enviadas à Fifa, na véspera do Campeonato Mundial Interclubes.
É claro que é uma questão de opção. Quem não se lembra do intempestivo Romário batendo no lateral Cafezinho do Olaria há poucos anos? E cenas do Júnior Baiano agredindo todo mundo, nos mais diversos clubes? E tem mais gente. (Edmundo, Batata jogando pelo Atlético, Marcelinho Carioca, Darnlei malucão, etc)
Mas o editor de esportes da ética Globo preferiu aquelas imagens. Não é de se espantar. Com os comentaristas de arbitragem que têm(é só pegar alguns vídeos ver quem fazia o quê), e outras práticas peculiares, associou Flamengo a insubmissão e Grêmio a deslealdade. Eu ainda associo a Globo a Collor, apesar dos 13 anos passados.