Elmar Krekeler (Editorial/DIE WELT online, 14/03/2001)
Trad.: zé pedro antunes
A brevidade, na literatura, é uma questão de conjuntura. Raramente houve uma tal avalanche de novos volumes de histórias curtas. E, justamente um gênero que se acreditava já enterrado no campo do esoterismo, a lírica, experimenta um raro florescimento. Comecemos pela mais barata de todas as justificativas: Talvez o retorno à brevidade repouse simplesmente no fato de não termos mais tempo. Mas pode ser que haja também um vírus da coragem, capaz de levar os editores a realimentar as séries de publicações de poemas, como se sabe, altamente deficitárias. Mas, com toda certeza, não haveria este vento soprando de volta às histórias curtas e à lírica, não houvesse uma geração de escritores a despertar a esperança de paisagens florescentes de lirismo. E, talvez, muitos tornem a reconhecê-lo: a lírica não significa a tortura da incompreensibilidade. A lírica é como a vida. Breve. E cheia de experiências.
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