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Poesias-->Poema Sincero- paulo nunes batista -- 01/07/2007 - 14:21 (m.s.cardoso xavier) |
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Poema sincero
Paulo Nunes Batista
A longas esperas desesperadas
nas estradas sem fim.
As paciências infinitas
deitadas como pedras no tempo.
As dores cansadas vestidas de açúcar.
Aquele terreno que tive em Cabedelo
e aquele lote à beira-mar em Mucuri.
Minha rede de Menino onde o Sonho se balançava
e aquele trecho deserto de estrada ainda não construída
na serra de Saco da Onça. (Bahia)
A noite misteriosa no lodo entre as praias
do Caju e de Inhaúma (no Rio).
Minha imensa nerudiana Insatisfação com tudo.
Quem sabe se a desilusão metafísica de Fernando Pessoa?
e A Incerteza mortal de Mário de Sá-Carneiro
ou a de José Régio. Ah, esses Grandes suicidas!...
Estou aprendendo como não se faz poesia
embora me doa. Os céus não me perdoarão.
Tenho-me feito perguntas totalmente irrespondíveis
e tentado responder-me. Ignoro-me às vezes.
Quem sabe o que me oculto dentro de mim?
Uma porteira escancarada marca os limites da Esperança.
Minhas dúvidas metafísicas é que alimentam meus sonhos.
Flores, pássaros, sorrisos, crianças são amenidades.
Cumpro minhas obrigações gozosamente. Meus desafetos
perdem tempo em falar mal de mim: o que me faz mal
(porque me torna mau) é o mal que eu possa fazer aos outros.
Ninguém – a não ser eu mesmo – pode fazer-me mau. (H. Rohden)
Anápolis, 17-7-2004
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