- Filhinha, o que você andou fazendo com meu laptop? Tem milhares de aranhas pequinininhas andando pela tela! Eu já pedi para você não instalar mais seus joguinhos no meu computador!
- Não fiz nada, mamãe. Não usei seu computador.
A mãe de Mariana sacode o computador em desespero, como se com isso pudesse se livrar das aranhas que não paravam de andar pela tela.
- Não adianta fazer isso, mamãe. Primeiro foram as formigas, depois os gafanhotos e agora essas aranhas. É assim mesmo. Elas não vão sair.
Cansada, a mãe de Mariana deita no sofá. Mariana vai até lá, senta junto da mãe, coloca a palma da mão sob o queixo dela. Com os dedos, Mariana segura os dois lados do rosto da mãe e aperta de leve, como quem pede em silêncio, que a outra pare de falar.
- Por que você está fazendo isso, filha? Como você pode ser assim? O que você é?
Cansada, a mãe fecha os olhos. Mariana retira a mão do rosto da mãe, que está em carne-viva.
- Calma, mamãe. Está tudo acabado. Elas já se foram.
|