Tristeza de Um Soldado
Jorge Bastos Costa - Coronel da reserva
Quando eu era capitão,
Haviam coisas, então,
Que já me revoltavam.
As injustiças sociais,
Os pobres que passavam,
E as crianças que choravam,
Pela fome que passavam.
Lá, no interior de Minas,
Por onde muito andei,
Vi gente pobre lutando,
Peões ordenhando,
Lavradores plantando,
Senhores “enricando”,
E seus empregados, suando.
E lá, no Nordeste,
Onde também labutei,
Tive a chance de ver,
As meninas nas praias,
Na beira das estradas,
Vendendo o que,
De mais puro tinham,
Pra poder sobreviver,
E gente que, vivendo,
A poucos metros da praia,
não tinha sequer,
Água para beber.
Depois, lá na Amazônia,
Selva, mosquito, calor
E isolamento enfrentando,
Estrada implantando,
Doenças se espalhando
Com índios morrendo
De gripe e hapatite,
Vi um de meus filhos,
Quase morrer,
Por uma simples bronquite.
Depois, já aqui no Rio,
Vi mais miséria, de perto,
Que nas cidades afastadas.
Meninas que iam pro cais,
Vender café e um cigarro,
Mas que, por um pouco mais,
Entravam em qualquer carro,
Que desmaiavam na rua,
Não por que com a bandeja
Não podiam agüentar,
Mas porque iam trabalhar
Sem um café da manhã,
Simplesmente porque
Nada tinham pra se alimentar.
Mas nem por isso,
Me rebelei.
Nem por isso,
Desertei,
Nem por isso,
Roubei armas
Dos quartéis
Onde passei.
Nem por isso,
Em nenhum momento,
Pensei em trair
O juramento,
Que eu acredito,
Solene,
De sempre
Servir meu país.
Mesmo afastado,
Das lides da caserna,
Continuo sendo
Um soldado.
E, hoje, desolado,
Sinto-me traído,
Desrespeitado,
Por ver que um
Bandido, desertor,
Traidor da Pátria
E, do juramento
Prestado
Foi engalanado.
Agora, só
Falta lhe dar
Medalha
Por bons serviços
Prestados.
Pode ele até
Ter a patente
E, oficialmente,
ser um general.
Mas, estivesse, ele, vivo,
E com toda a disciplina,
Que adquiri,
na vida militar
que vivi,
Eu juro, no pleno domínio,
De minha consciência:
Jamais, em tempo algum,
Haveria eu de lhe prestar,
A minha, regulamentar, continência.
Rio de Janeiro, 15 de junho de 2007.
***
Obs.: Minha "descontinência", também, ao traidor terrorista/assassino/comunista desertor e ladrão de armas do Exército, capitão carlos lamarca (com letras minúsculas, sim!), promovido recentemente a general post-mortem pelos traidores da Nação, a vergonhosa "Começão" de dinheiro público. Só em uma autêntica República Socialista dos Bandidos tal infâmia é vista como um direito natural. Com essa decisão, os Calabares da "Começão" monetária autorizaram todos os brasileiros a pegar em armas e barbarizar por aí, matando inocentes, em nome de qualquer slogam político - comunista, fascista, nazista. Com certeza, amigo, será um grande negócio, pois uma polpuda indenização virá no futuro para você, inocente "militante político" (F. Maier).
***
Mensagem recebida de uma leitora:
De:
Enviado: quinta-feira, 21 de junho de 2007 17:47:26
Para: ttacitus@hotmail.com
Assunto: Usina de Letras -- Contato do Leitor
Mensagem referente ao texto Tristeza de um soldado - Poesias.
Enviado Por: SALETI HARTMANN
Da cidade: Cândido Godói-RS
Ao autor do poema "Tristeza de um Soldado":
Um dia, estávamos no lado "certo" da história. Hoje, estamos assistindo tudo
pelo avesso. Pelas condecorações dadas aos antigos guerrilheiros, percebe-se
qual é o caminho que os atuais governantes estão tomando, em nome de um Povo
inteiro que não merece ser representado desta maneira. Ainda pensamos. Ainda
temos um resquício de sensibilidade humana, e ainda somos muitos, os que guardam
na lembrança os tempos conturbados do passado. Enquanto as crianças brasileiras
aprendem a modificar o mundo através do amor e da solidariedade, os nossos
governantes estão provando que as medalhas mais importantes vão para os que
fazem do ódio, a sua bandeira.
Sou Professora de Ensino Fundamental, e, mil e uma vezes, repetimos aos nossos
alunos que abdiquem da violência e da criminalidade. Alguma coisa não está bem
certa nesta história, ou tudo o que nós aprendemos até aqui, está errado...
então, fica a pergunta: ainda devemos educar para o amor? Se é o ódio que está
sendo cultuado!!!!
Sou filha de um falecido expedicionário da 2ª Guerra Mundial, que me ensinou a
retidão e a perseverança, em todos os momentos da vida. Que me ensinou a buscar
as melhores soluções para os problemas, sem o uso da violência e da rebeldia
armada.
Saleti Hartmann
Cândido Godói-RS
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