Quando eu era menino e moço, há muitos anos, a gente deleitava-se a contemplar as pernas das raparigas. As pernas, não as coxas... que estas andavam bem resguardadas! Se acontecia ver-se um joelhinho, a gente entrava em transe. Às vezes até criava o seu sonetilho erótico.
Vejam bem como o género evoluiu em pouco mais de meio século.
PERNAS
Umas são brancas e finas
subtis como as das gazelas...
e a brisa, ao passar por elas,
sente arrepios, meninas.
Outras são mais moreninas
torneadas... paralelas,
sugestivas aguarelas
dum quadro de bailarinas...
Mas as tuas, meu amor,
são de todas as mais belas,
atrevidas, sem pudor,
como desejos ao leu...
Quem se arrepia de vê-las
não é a brisa – sou eu! |