Terra que amei
Yolanda queiroga de assis
Sinto uma grande saudade
Do meu antigo Limão,
Onde vivi sem maldade
A paz do meu coração.
A casa bem alpendrada
Foi minha doce guarida
Cheia de gente estimada
De bem-querer e de vida.
Tanta fartura existia
Lá dentro do meu Limão
Usufruía a alegria
No meu jovem coração.
Dentro da paisagem mansa
A flor de lilás floria.
No açude a água inda dança
Ao sopro da ventania.
À beira da água, a canoa,
Era o meu alegre esporte
E, nela, eu remava a toa,
Tendo, em sonho, um passaporte.
E, meus pais tão carinhosos,
Amantes e bem amados.
Meus irmãos, quiçá bondosos,
Por todos eram amados.
A Capela num cantinho,
Tudo, tudo abençoava...
E zelava com carinho
As coisas que Deus mandava.
À noite a lua espiava
Rebrilhando na amplidão.
E bonita e prateada,
Jogava prata no chão.
Na serra e no matagal
Os passarinhos cantavam.
O gado urrava no curral
E os vaqueiros aboiavam.
Como era bom meu Limão
Nas eras que lá passei...
Relembro com comoção,
A Terra que tanto amei!
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