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cronicas-->Reflexões Gramaticais -- 11/10/2000 - 12:55 (Fatima Dannemann) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Reflexões Gramaticais




Algumas regras e termos gramaticais parecem só existir para ajudar
advogado a falar difícil. Uma delas é a mesóclise. Quem normalmente coloca o pronome obliquo no meio do verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito? Pouquíssimas pessoas, raríssimas exceções. Se um repórter colocar uma mesóclise numa matéria, com certeza o copy conserta e vai dizer logo: isso não se usa em jornal.
Pois é, mesóclise não se usa em jornal, nem em linguagem oral. Só em livro didático. Quando alguém emprega uma delas, o povo pensa que é piada. E o pior, essa regra completamente dispensável (que me desculpem os professores de português) só existe em nossa língua pátria. Nem em alemão ela existe. Com certa razão. Afinal, mesóclise em alemão, cheio de declinações, ficaria ridículo.
Resultado: a criação da mesóclise foi mesmo um trabalho de português. Mesóclise em inglês? Imagino Kevin Costner em um filme
romàntico com Cameron Dias dizendo a ela mesocliticamente: I will lo-you-ve forever... Entendeu? Não dá para traduzir amar-te-ei para sempre no idioma de Shakespeare. E se colocar o you depois do will já mudará o sentido. O inglês acaba sendo mais simples e mais fácil por falta de regras que só servem para dar nota baixa em portugues. A única pessoa que eu vejo usar a mesóclise na linguagem oral é Luis Augusto, um colega do jornal, e mesmo assim, somente para sacanear e dizer que sabe gramática. Ora, eu também sei. Todo mundo razoavelmente versado em gramática sabe. Mas, nem por isso uso e acho que passaríamos melhor sem ela. E só é usada no futuro ou no condicional, dois tempos verbais que contrariam a filosofia pós moderna de estar presente no mundo no aqui e no agora.
A mesóclise é tal completamente dispensável que muita gente
não sabe o que é e vive completamente feliz usando apenas a próclise e a
ênclise, mesmo que nem saiba que raios esses termos significam. Mesmo
porque, mesóclise é o tipo da regra que não combina com algumas coisas
como nomes de blocos ou de músicas, nas quais os autores, aliás, só
usam mesmo a próclise, que das três, pode até ser a mais feia, mas é
a mais fácil, pois é só colocar o pronome oblíquo antes do verbo e
pronto: lá estão sujeito, predicado e objeto direitinho para apenas os
professores de português colocarem defeito (quando houver erro,
naturalmente. E muitas vezes têm). E só para concluir: esses três lindos proparoxítonos se referem à colocação do pronome oblíquo. Antes do verbo é próclise, meu preferido e o mais fácil, mas as vezes feio de doer. Depois do verbo é ênclise, que em poesia fica bonito pra dedéu. No meio do futuro do presente ou do pretérito é ela, a danada da mesóclise, objeto desta pequena reflexão gramatical. Ah, eu falei em proparoxítono? isto fica para depois.

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