Usina de Letras
Usina de Letras
12 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62280 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50667)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->*NADA FIZ DE ERRADO -- 12/08/2003 - 19:40 (Fernando Tanajura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu ex-amor,

Cruzaste tortuoso meu caminho
Te acolhi aberto e por inteiro
Abri com abundância todas as portas
Deixei meu coração te amar faceiro

Na ilusão de que tudo era verdade,
lembrei-me das pessoas que vêm do nada
e, mal conhecemos suas faces,
logo de pronto, tudo damos sem pudor

Acolhi o teu cansaço em meus braços
Escutei as repetidas amarguras
Pensei tuas feridas de outrora
Curei as assaduras com ungüento

Valeu a paciente e doce espera:
velaste assim meus sonos
enquanto esculpi teus sonhos
na busca desesperada de um amor sem fim

Lapidei espaços e outras horas
criando mitos, de mim parindo formas
Deixando que a luz arranhasse com força
as arestas que ainda restavam em mim

Um gosto eternamente de amor
a sangrar minha sedenta garganta,
de novo fez-me lembrar o ontem
e todos os sóis de outrora

Calores a arderem nossas tardes
Eu sobre ti, tu sobre mim a misturar suores,
a lamber momentos de chuvas mal molhadas,
a enfeitar luares com os nossos desenganos

Ah, o calor dos nossos corpos!
Ah, o calor da cama em noites mal dormidas!
Canetas, penas, papéis a destilar poemas,
versos sem rimas, estrofes de risadas

O poeta que fui — e ainda sou —;
a inspiração que foste — e já não és —
quando do banho me secavas
e tudo em derredor, tu me molhavas

Desde o leve bater na porta
ao teu sorriso vago e incerto
a esperar sedento o meu beijo certo
Do teu abraço cansado à tua mudez solene

Teu suspirar vazio sem nexo
Teu olhar de nada, distante e vão
O meu pensar inverso, sempre convexo,
Ou a incerteza de um dia ter o pão

A minha mente a caminhar aberta
Tua casa de mistério em torpe fecho
fez o meu riso roto, raso e rico
segredar rebelde sozinho qualquer passado

Depois a hora do adeus — a tempestade
— o silêncio das respostas sem chamadas
Definir, sem pensar, o que é felicidade
Recontar as semanas mal contadas

O que é meu, o que é teu tanto se misturaram
Sem sabermos o que fica ou o que vai
Fica o tempo, fica os beijos que restaram
Fica o Amor que impregnou e de mim não sai

Só te peço não me roubes a lembrança
de tua imagem me sorrindo no arrebol
Não me negues o que fiz pela bonança
porque tu foste pra mim muitos raios de sol



© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
http://tanajura.cjb.net


in Revista Alternativa - Boston-MA/USA - Setembro 2003

Fale com o Autor





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui