Discurso em poesia
Mas afinal porque estou aqui?
Talvez para lembrar, lembrar e ser lembrado?
Ou então para chorar, chorar, chorar
E ser chorado?
Mas não, não vamos falar de morte
Ou de qualquer outra tristeza
Porque isso talvez não nos traga sorte
Vamos falar sim de vida e amor
Porque sou poeta desde meus dozes anos
E por ser esse poeta que ninguém vê
Existo apenas pela febre da minha dor
Por ser esse alguém quem sou
Minhas mãos jamais estiveram vazias
Sim escrevi muitas poesias
E elas existem lá onde as horas esperam
Como as águas calmas, plácidas e frias
Lá onde eu quando sou onda
E me choco contra as pedras afiadas
Fico como uma poça na areia
Me recusando a ser mar
Ah agora em grito!
Falo desse meu amor infinito
Escrito com meu sangue
Que escorre de um corte
Feito pela minha própria faca
Porque não houve, não houve
Não existiu quem me feriu
Mesmo sendo ela quem sempre partiu
Fui eu quem com meu braço forte
Sufocou até a morte
As minhas amadas
Os meus filhos que jamais nasceram
E todos os meus amores
E quando terminam todas minhas tragédias
Eu sempre renasço sem rancores
Sobrevivo com cicatrizes no coração
Pois sou aluno pós-graduado na escola do perdão
E por fim quando baixarem as cortinas
Desse meu teatro onde a peça
É a minha própria vida e seus amores
As pessoas vão descobrir sem pressa
Que foram elas os meus próprios atores...
Andre Luis Aquino
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/
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