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cronicas-->VOCÊ NÃO SABE AMAR -- 27/04/2004 - 10:37 (OLYMPIA SALETE RODRIGUES - 2 (visite a página ROSAPIA)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VOCÊ NÃO SABE AMAR

Quando lhe disse isso pela primeira vez, você ficou furioso, quase me deixou pra lá... bem que teve vontade e confessou. Mas ainda era cedo pra dar o pira, ainda tinha gás pra gastar... Né isso mesmo, fofinho?

E a gente ficou esse tempão todo falando de amor. Eu querendo falar sério, você querendo "ir levando" e me deixando puta da vida. Acabei tolerando porque você ainda é uma criança, já não cronologicamente, mas na cabeça, no coração, no emocional. Em nome da bondade que você faz questão de alardear, fazia comigo o que fez com aquela outra mulher: era desleal pra não magoar. Ah, que bonzinho você é! E ainda achava que sabia amar. Não, não sabia e não sabe. Tudo o que você pensa que sabe foi aprendido na infància, nos joelhos da mamãe. Nunca parou pra pensar, selecionar o que realmente seria sua verdadeira opinião. Pois até em macumba você acredita! Acreditava até que os animais eram feitos para servir o homem mesmo sexualmente, ora veja!... Nunca nem pensou que isso é crime dos feios. E afirma de pés juntos que gosta de animais... Hahaha... Mas isso não vem ao caso.

O que vem ao caso é a forma como lida com o amor. Dizia amar mas não se entregava, fugia, escorregava por entre meus dedos, como um sapo, sem coluna vertebral. E amor é coisa pra gente entregar... Sabia sim dizer palavras de amor, sempre repetidas, nunca uma palavrinha nova que pudesse despertar um tesão mais gostoso e menos viciado. Agora olho pra trás e vejo como você era bobinho, cheio de medinhos, de desconfianças, nem falava palavrões, tudo exatamente como mamãe ensinou... Parecia amigo, parecia companheiro, parecia gentil, parecia leal... Tudo como mandava o figurino dos bons costumes, da moral e das boas maneiras. É assim que faz um menino bem educado... não era assim que a mamãe dizia?

Nossa, o começo foi tão gostoso! A gente se contava tudo (era o que eu pensava), a gente foi se acostumando um com o outro e deixando certas cerimónias de lado, você queria saber muita coisa e sabia que em mim beberia muita água de qualidade garantida. Me perguntava muita coisa, tanto o que queria saber ou sobre mim. E eu falava, não economizava palavras, esclarecia tudo e, quando não sabia, pesquisava na Net. Os assuntos foram esquentando rapidamente e o tesão bateu em nós dois.

Ah, como foi divertido transar por e-mail! Era uma transa solta, tão pesada que nos deixava leves. Nos aferrávamos às fantasias e era tanta a nossa harmonia que descobrimos várias vezes que fantasiamos juntos na mesma hora, apesar da distància. Até que passamos aos chats, foi idéia minha, lembra? Acho que não tinha coragem de me convidar... Chat, transa de cara. E a gente escrevia e fazia tudo que tinha direito. E, com isso, o amor foi tomando conta de nós, à nossa revelia. Quero dizer que em mim ele se instalou, em você eu não sei, pois nada mais sei com certeza. Mas continuou bonito e muito doce por um bom tempo.

Um dia, um ataque de autoristarismo seu me derrubou. Você teve medo de me perder naquele dia e propós esquecermos o que houve. Não concordei, mas também não briguei, apenas fiquei alerta. O amor bonito, queiramos ou não, ficou maculado. Quê pena! Poderia ter sido consertado com um bom diálogo, mas você não aceitava. Eu me angustiava vendo tudo correndo o risco de se perder, queria falar e pedia, mas você só queria brincar.

E assim o amor foi se desgastando até que se tornou um hábito que nos roubou o entusiasmo. Em mim foi tudo controlado, a duras penas. Em você, sempre teimoso feito um jegue empacado, a grande verdade do amor foi se transformando numa enorme mentira. Até que chegou ao limite e teve que explodir numa mentira tão grande que acabou comigo e com você numa única explosão...

O meu amor, coisa séria e verdadeira, continua aqui e torce ainda por você. Mas tudo depende mesmo só de você. Tome coragem e cresça garoto!

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