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Cronicas-->Urbanóide -- 29/03/2004 - 19:55 (Ricardo Barreto Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
URBANÓDE


Diariamente dou uma volta pelo agitado Centro comercial do Recife para recarregar as baterias desgastadas pelas horas de reclusão na caverna onde me refugio para proteger-me dos perigos que rondam a cidade quando a noite cai.
Atravesso as ruas, fora da faixa de pedestres, por entre os carros parados nos sinais vermelhos.
Deparo-me com meninos e meninas de rua, crianças ainda, cheirando cola. Encontro mendigos que conheço há anos esmolando nos mesmos lugares. Não dou esmolas, sou contra.
Jovens oferecendo cartões de crédito da C&A, Lojas Riachuelo, etc. Adultos distribuindo panfletos oferecendo dinheiro na hora ou com propaganda de cursos preparatórios para concursos. Alguns oferecendo-se para comprar jóias ou cartelas de penhor da Caixa Económica.
Camelós nas calçadas vendendo CDs piratas, relógios contrabandeados e mil e uma bugingangas.
-A, B e C, compro e vendo. Gritam nos pontos de ónibus os cambistas do vale transporte.
Abusados e insistentes "flanelinhas" achacando indefesos e estressados motoristas em troca da incolumidade de seus carros.
Mulheres de todas as idades e raças oferecendo sexo barato nas esquinas e praças.
Passo pela lojas sem olhar para as vitrines, não tenho interesse em comprar nada.
Entro no Banco, confiro o meu extrato.
O saldo ainda é suficiente para pagar as contas que faltam e para me manter até o próximo pagamento da minha aposentadoria.
"Sou um privilegiado", suspiro.
Almoço e volto para a minha caverna de onde só sairei no dia seguinte para repetir tudo da mesma maneira.

Recife, 29/03/04.








































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