o tempo leva de mim
sempre da vida um tanto
e a cada fração de sonho
que morre sem tê-lo vivido
resta a esperança de haver
toda essa angústia sido
boa semente em terra
de ilusões plantada,
para, sendo breve a dor
e no chão morto
um grão vingue,
nasça dele a flor
a ser despetalada,
porque entre a vida
e a morte resta-me segura
a ânsia de estar entre
a razão e a loucura!
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