SOPA DE LETRAS
A boca cheia de letras,
a barriga roncando, vazia.;
trovejando a fome doída,
porque poéticamente comia.
Coração repleto de promessas,
na alma, aquela solidão só,
pois poemas não o libertaram
e os sentimentos viraram nós.
Então, quantas doidas palavras
enviadas à esmo, ao vento,
que sempre voltavam ligeiras.;
mesmas dores, mesmos sofrimentos.
Poeta, enche a barriga primeiro,
depois solta os teus ais.;
e já que te falta dinheiro,
come as letras que são demais!
Riva
15/08/06 |