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Poesias-->VAZIO -- 14/08/2006 - 21:27 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) |
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VAZIO
É madrugada,
o barulho que chega das ruas trás estranhos sons,
parece que o ar vem trazendo vozes
que querem e precisam ser ouvidas.
A voz do silencio!
que precisa ser escutado,
que foi sufocado pelo progresso.
O som da noite me mostra que os quintais são coisas do passado.
Mesmo assim
ao longe ainda ouço o canto de um galo,
que resiste bravamente
e me transporta para o tempo
quando ninguém tinha relógio,
quando radio e televisão
eram apenas sonho.
O tempo parecia andar devagar
e o dia tinha as mesmas vinte quatro horas de hoje,
mas ninguém se preocupara com ele e com elas.
Agora o ele passa depressa demais e o dia se tornou muito curto,
as crianças se tornam adultas cedo demais
e a correria gera abandono
de filhos
e de pais
que não se encontram e nem caminham juntos,
enquanto um cresce e o outro amadurece.
E este não encontrar e caminhar
gera pessoas nervosas e neuróticas
enchendo asilos
superlotando cadeias
provocando um grande vazio de emoção e compaixão e ternura.
Sepultando amor, paz e tranqüilidade,
Mostrando claramente o vazio
que a tecnologia provocou e escondeu
nas maquinas que substituiu o homem.
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