Ó tu, espermatozóide que se perdeu pelo ralo do cidadão comum! Não fique triste, não se zangue com as coisas que vou te falar. Nunca foste nada e nem célula haplóide és mais. O adolescente que te abortou só pensa no dia seguinte e em abortar outras células haplóides como tu.
Dirijo-me a ti, mas bem sabes que, como tu, milhões de irmãos embarcaram nessa canoa furada (aleluia, irmão!!). Sem embargo(*), parodiando Roberto e Erasmo, eu te homenageio com esses versos medíocres:
ALÉM DA FOSSA SÉPTICA
Além da fossa séptica deve ter
Algum lugar bonito pra viver em paz
Onde possa encontrar a Trompa de Falópio
Alegria e felicidade com certeza
Lá nesse lugar, o fecundar é lindo
A membrana do óvulo se abrindo
E eu penetrando no chuchu beleza
Virando diplóide e ouvindo o canto dos pássaros
Além da fossa séptica
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra multiplicar
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
(*) Esse negócio de "sem embargo" eu aprendi naquele livro chinfrim(**) do Caetano Veloso. Na verdade, a expressão é muito usada na língua espanhola, mas o mano Caetano, pra mostrar que sabe, ridiculamente usou a expressão em português.
(**)Porra (porra?!)! Acho que sacaniei mais o Caetano do que o espermatozóide da minha história.
|