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Contos-->CARA-METADE -- 23/06/2005 - 21:40 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


CARA-METADE
Filemon F. Martins


Tudo começou no interior da Bahia. Ninguém, naquela pequena cidade interiorana, poderia imaginar que tal fato pudesse acontecer. Renato, já rapaz, de família simples e humilde, como tantos outros, deixou sua terra e rumou para São Paulo em busca de dias melhores. Naquela época não havia tanta gente e enorme desemprego na capital paulista. Era fácil encontrar um trabalho que proporcionasse a sobrevivência.
Já em São Paulo, Renato passou a trabalhar durante o dia e estudar à noite. Inteligente e com muito esforço, tornou-se, por concurso público, funcionário do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) hoje o espanhol Santander. Assim, Renato foi conquistando espaço dentro do banco e se tornou um respeitável bancário. Naquele tempo, bancário ganhava bem e tratava-se de um ótimo emprego.
Mas havia um problema com Renato. Solteiro, boa pinta, bem de vida, mas muito tímido para arranjar namorada. E Renato queria se casar. Mas, como? Era necessário namorar, noivar, para depois se casar. Pensou, pensou e não encontrava uma solução. A timidez lhe impedia de arranjar uma namorada, ainda mais ele, que, por formação, queria namorar uma moça de família para, então, noivar e por fim, constituir família.
Enquanto trabalhava no banco no centro de São Paulo, matutava todos os dias em busca de uma solução. Enfim, teve uma idéia. Lembrou-se de que em Ipupiara, sua terra natal, sempre no mês de junho se realizava as tradicionais festas juninas, Santo Antonio, São João e São Pedro, com maior importância e mais gente, a festa de São João, padroeiro da cidade, dias 23 e 24 de junho, com muita pipoca, quentão, quadrilha, mulher bonita, fogueiras e leilões. Numa dessas festas, ele haveria de arranjar uma noiva, pensou.
Decidido, pediu licença ao banco, já que não tinha férias na época, tomou um ônibus e rumou para Ipupiara, interior da Bahia. Ali, com certeza, pensava ele, encontraria sua cara-metade. E enquanto a missa se realizava na Igreja e a festa pelas ruas da cidade, ávido, ele observava todas as moças da cidade e outras da região que vinham em grande número participar dos festejos e das homenagens a São João.
Não demorou muito e Renato, passeando por uma rua da cidade, avistou uma bela moça, alta, sedutora, prendada e bem educada. De longe, desconfiado, ficou observando, encantado. Aos poucos foi se aproximando da moça, enquanto imaginava o que e como lhe falar. Era preciso aproveitar o pingo de coragem que lhe restara. É agora ou nunca, pensou. Cumprimentou-a, apresentando-se em seguida. Sorriu, gaguejou um pouco, mas falou do seu interesse. Quis saber o nome dela e a que família pertencia. Quebrado o gelo, logo falou do que sentia e do seu objetivo, perguntando se ela aceitaria namorar, ficar noiva e casar em, no máximo, três dias.
Atônita, a jovem ficou rubra e meio sem jeito disse que precisava pensar, falar com sua família, mas prometeu dar-lhe uma resposta o mais breve possível, no que Renato concordou. Horas depois, lá estava Renato em busca da resposta, que, para sua alegria, foi sim. Nunca ouvi falar, nunca vi e nunca assisti a um casamento tão rápido quanto aquele em minha vida. Com as bênçãos das famílias, em apenas três dias, Renato e Raquel estavam casados e viajando de volta a São Paulo.
Contrariando a tradição e os especialistas no assunto, Renato e Raquel estão casados desde aquela época e residem na zona Oeste de São Paulo, onde são exemplos de família com filhos ordeiros, felizes e bem criados. São almas gêmeas.


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