No dia 11 de setembro de 2001 duas gigantescas edificações na cidade de Nova York foram alvos de ataques terroristas. Depois de algumas horas, ambas ruíram. Mais de 4.000 mortos. Para os americanos a queda das torres gêmeas foi a maior tragédia da História. A mídia internacional, inclusive a brasileira, faz eco a esse sentimento norte-americano, apenas reduzindo o status de maior tragédia para uma das maiores da História. Há diferenças, lógico. Porém, para sustentar essas afirmações algumas questões problemáticas surgem, principalmente quando avaliamos objetivamente essa tragédia sem o emocionalismo extremado, sempre propício à banalização do que é naturalmente complexo e à complexidade de coisas essencialmente banais.
Tais questões são:
01) A explosão do WTC foi mais trágica do que a explosão de Hiroshima e Nagasaki?
02) A morte de 4.000 americanos foi mais trágica do que a morte de um número muitas vezes maior de vítimas também inocentes de incursões norte-americanas nos países onde resolveram os EUA interferir com sua política imperialista?
03) A explosão das torres foi a maior tragédia da História em função do tamanho das torres, pelo número de vítimas, ou pelo fato de ter ocorrido no coração econômico da maior cidade do maior país do mundo?
04) Não é o sentimento de superioridade dos americanos em relação aos demais povos o que explica sua natural disposição de atribuir aos episódios cujo palco seja o território americano ou digam respeito aos interesses americanos o caráter de mais importante, superior, respeitável, digno de atenção e consideração por parte do resto do mundo?
05) Se tais fatos tivessem ocorrido no Brasil haveria documentários especiais em todo o mundo relembrando-os?