As marcas
Paulo Nunes Batista
As marcas da prisão vivem comigo –
a solidão, o desespero, as grades –
quando me toma a onda das saudades,
quando recordo aquele tempo antigo.
Moço, eu zombava forte do perigo
e esquecia do mundo as crueldades...
a traiçoeira rede das maldades
que só no ser humano encontra abrigo.
O cárcere me dói lá do passado
qual se estivesse agora do meu lado,
qual se estivesse aqui no meu presente.
Eu dele continuo prisioneiro.
E essa opressão me segue o tempo inteiro
como se eu fosse preso, eternamente.
Anápolis, 05-6-2004
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