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Erotico-->23. ONDE ESTÃO OS ESPÍRITOS DE LUZ? -- 21/12/2003 - 07:48 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Desde que tenho reproduzido trechos de mensagens psicografadas, está se assentando em minha mente a idéia de que a mediunidade não serve mais senão para trazer consolo, luz e paz para os corações aflitos. Quando se trata de textos de caráter científico, filosófico ou outro a exigir que o espírito tenha conhecimentos de ponta no ramo escolhido, os conceitos vão ficando cada vez mais difíceis de aceitar, dado que os médiuns não seguem especializando-se, para o que necessitariam, eles mesmos, de serem capazes de redigir de próprio punho os textos mais sérios e objetivos.

Não sei se traduzi com exatidão todo o meu pensamento, mas a verdade é que, no âmbito da moralidade superior ou da moral vigente em nossa sociedade, quanto se diga, apenas se copia ou se repete, mais ou menos criativamente, as obras antigas, para não se dizer que tudo já se encontre nos Evangelhos, justamente nas palavras de Jesus, ou nos comentários de Kardec, o que não nos permite abertura para novas expressões, dentro das leis declaradas, comentadas e elucidadas.

Quando leio obras recentes de cunho eminentemente erudito, com terminologia apropriada aos tempos modernos, parece-me ouvir Kardec falando com outro sotaque. Tudo o que encontro na imprensa não vale a pena, do ponto de vista dos ganhos primários em termos de doutrina pura. São recomendações, o mais das vezes pueris ou inocentes, como se a pregação que ali se faz se endereçasse exatamente aos próprios autores, eles, sim, carentes de estudar e de se aperfeiçoar.

Claro está que obras existem que nos trazem imenso prazer, escritas de molde a criar uma espécie de aura de satisfação íntima, porque nos revelam a nós mesmos, dizendo o que diríamos se melhor apetrechados de cultura e de inteligência. Mas mensagens geniais, daquelas que Kardec arrebanhou e transcreveu nas obras da codificação, essas são raríssimas.

Digo tudo isto para justificar um pouco melhor a minha insistência em que as mensagens que me foram dirigidas pelos amigos da espiritualidade, além de serem muitíssimo particulares e específicas, também pecam por me darem a oportunidade de duvidar da própria categoria superior dos espíritos. Sendo assim, justifico a pergunta do título: onde estão os espíritos de luz?


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Dei-me um tempo para refletir sobre as linhas acima, o que me fez concluir por um certo queixume natural de quem trabalhou boa parte da vida em centros espíritas, sem jamais me deparar com mensagens de superior qualidade, dessas que, uma vez publicadas, causam arrepio na medula aos crentes e colocam a pulga atrás da orelha aos incrédulos.

Dentre outros gêneros, um que jamais se produziu em minha presença foi uma peça poética de elevado teor literário. Alguns médiuns principiantes arriscaram-se a fazer versinhos, pobres versinhos, sem métrica e sem rima, apenas com alguns sons a ecoar aqui e ali. Bem comparando, é como ocorre em certas sessões de pintura mediúnica, onde os borrões são assinados por nomes de respeito artístico.

Quer dizer que não se manifestaram verdadeiramente os artistas que assinaram os quadros ou os poemas? Talvez até sejam os próprios que tenham comparecido, mas não encontraram instrumentos categorizados para servi-los a contento.

Sei que existem médiuns muito bem dotados em todas essas áreas, com obras que evidenciam o talento dos autores espirituais, como existem médiuns de cura que praticam proveitosa medicina. Poderia relacionar vários aqui, a partir, só para dar um exemplo, das poesias que se concentraram no livro “O Parnaso de Além-Túmulo”, pela pena privilegiada de Chico Xavier. Mas já se passaram mais de sessenta anos e não nos demos conta do inteiro valor desses textos.

Se algo pode ser increpado a mim pelas considerações acima, antecipo-me e digo que estou a revelar claramente forte pessimismo de caráter pessoal, porque estou achando que os espíritos superiores estão fugindo do meu círculo de atuação, porque não me entreguei completamente à prática das virtudes e está translúcida em Kardec a informação de que os bons espíritos fogem das pessoas que não agem bem, e nesse agir bem incluo a própria maneira de pensar.

O mais próximo que cheguei da composição de algo de bom nível foi através de programas de televisão, ainda assim tendo ouvido muitos comentários fora de propósito, com forte ambigüidade quanto à crença dos próprios redatores e produtores, como se tudo não passe de mera programação da mídia interessada em captar audiência que justifique os altos preços que se cobram aos patrocinadores.


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Não venho para retificar nenhuma das opiniões acima emitidas. Valho-me, contudo, deste tempo de reflexão cujo direito me dei para reafirmar a minha vontade de receber, em sessão por mim presidida, algo que contenha inequívoco sinal de superioridade do mensageiro.

De qualquer modo, tenho de me desculpar perante os guias e orientadores do centro espírita, bem como os que me beneficiam com sua proteção especial, como no caso de Rosália, que se aprestou de modo tão gostoso a me brindar com informações que, no meu íntimo e nestas páginas, desejei receber.

E quero tornar o meu sentimento absolutamente transparente, no sentido de que não me queixo das reuniões mediúnicas, dos mensageiros nem dos espíritos infelizes que nos são trazidos para que os doutrinemos (vocábulo assaz pretensioso, que gostaria de evitar), nem estou pondo em dúvida a boa vontade e os conhecimentos elevados de tantos que nos trouxeram palavras de incentivo e recomendações de cautela. Não se trata propriamente de refugar estes anos dedicados ao espiritismo tal qual se pratica na maioria das casas kardecistas. Trata-se de algo que trouxesse emulação para toda e qualquer superação de pontos doutrinários mais sutis, mais problemáticos, mais polêmicos.

Explico-me, para que não pairem dúvidas, principalmente porque escrevo em velocidade acima de minhas qualidades à flor da pele, como se estivesse redigindo diretamente através das vibrações de meu espírito, sem passagem obrigatória pela organização mental do perispírito, nem pelas reações físico-químicas de meu cérebro material.

É que o Espiritismo adentrou em caminho bifurcado: ou tangencia muito próximo das crenças intuitivas de certos cultos místicos de cunho supersticioso, ou abole completamente os elementos lúdicos das inteligências ímpares, para obstar qualquer estímulo que possa representar algo novo em matéria doutrinária.

Agora que já ofendi meio mundo, acredito que esta será a primeira página que o meu futuro editor determinará que seja extraída, com certeza através do argumento de que extrapola o conteúdo memorialista e de que nada acrescenta à narrativa que, mais ou menos, se fundamentou nos problemas de minha vida amorosa ou emocional.

Para mim, todavia, representa um movimento novo do intelecto, sob a influência poderosa de nova constituição sentimental, a partir da necessidade de escrever algo mais sério, mais concreto e mais positivo, dentro das possibilidades críticas do meu espírito. Dito de outra forma, devo esta postura menos lamuriosa e menos glamourosa ao caráter enérgico (para não dizer “viril” ou “másculo”, o que seria uma injustiça para quem me enviou uma rosa) de Rosália (aproximação sutil — dela, não minha), que soube colocar os pingos nos is, ensinando a agir com maior desenvoltura no campo da análise dos problemas.

Agora posso responder à pergunta.

Os espíritos de luz estão ao nosso redor, auxiliando-nos sem esmorecimento e com o máximo de boa vontade e de inteligência. Se não sabemos reconhecer a sua atuação emérita em todos os setores das atividades humanas é porque nos falta este sentido de meditação mais ou menos transcendental ao derredor de nossa personalidade eterna, aquela que iremos desnudar no etéreo, quando a consciência solicitar de nós que nos filiemos às hostes do Senhor.



Em tempo. Eis um soneto que um dos médiuns da minha mesa psicografou hoje, não sabendo assinar o nome do poeta:


Realidade penosa

Em vão, eu me estimulo p’ra poesia,
Que poucos sabem ler nas entrelinhas:
As almas quase sempre estão sozinhas
No estudo da consciência em harmonia.

Por isso, não pretendo ver carinhas
Franzindo as sobrancelhas neste dia,
Que as rimas que fizer ninguém faria
Apenas p’ra dizer que foram minhas.

Bem sei que a seriedade é de rigor
Na paz deste ambiente tão sagrado,
O que me obriga a vir, neste compor,

A dar bem mais de mim, do que me agrado,
Elogiando o povo com amor,
Pedindo que me ponham do seu lado...

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